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Reativação do acelerador de partículas pode dar início a nova era da ciência

Grande Colisor de Hádrons, religado neste domingo, pode levar a descobertas sobre a origem da matéria negra, promovendo a maior revolução na física desde Einstein

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h05 - Publicado em 5 abr 2015, 19h38

O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) confirmou neste domingo o sucesso da operação que religou o maior e mais poderoso acelerador de partículas do mundo. Com uma potência duas vezes superior àquela que foi utilizada para descobrir o Bóson de Higgs, em 2012, os cientistas esperam desta vez criar condições para revelar a natureza da matéria negra. A descoberta marcaria uma nova era científica, pois permitiria à física a ir além dos modelos padrões que descrevem as forças da natureza e são seguidos atualmente.

Nesta manhã, um feixe de prótons percorreu em um sentido o anel de 27 km de diâmetro do acelerador, conhecido como LHC (Large Hadron Collider ou Grande Colisor de Hádrons). Pouco menos de duas horas depois, um segundo feixe fez o mesmo circuito na direção oposta, indicou o Cern em um comunicado.

“O LHC está em grande forma”, declarou Frédérick Bordry, diretor de aceleradores e tecnologia do Cern. “Mas o passo mais importante está diante de nós, quando empregaremos energia em níveis recordes”, acrescentou.

Isso deverá ocorrer entre o fim deste ano e início do próximo. Com a energia crescente, o objetivo dos cientistas é que cada feixe de prótons consiga circular a uma energia de 6,5 TeV (teraelectronvolts), o que produzirá colisões a uma energia de 13 TeV. É uma quantidade de energia jamais vista na ciência.

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Revelando a matéria escura – A expectativa é que, quando o acelerador estiver em sua potência máxima, comecem a surgir os resultados que vão lançar luz sobre a composição da matéria negra, uma substância invisível e desconhecida. De acordo com as estimativas dos cientistas, há cinco vezes mais matéria negra no Universo que matéria comum, o que forma parte das coisas que podem ser vistas. A matéria negra não absorve, emite ou reflete luz. Nunca foi detectada diretamente e ninguém jamais identificou suas características.

O objetivo do Cern é que o acelerador produza choques que reproduzam os instantes que se seguiram ao Big Bang e, com tamanha energia gerada, possibilitaria capturar essa matéria.

Isso levaria os cientistas a ir além do modelo padrão que descreve as partículas e forças da natureza e que há 50 anos forma as bases da ciência. Um novo modelo físico chamado supersimetria prevê que cada partícula tenha um correspondente misterioso – que poderia ser a fonte da matéria escura. Se isso for comprovado, marcará uma revolução científica semelhante à causada pelas teorias da relatividade de Einstein, no início do século XX. Mostrará outras regras seguidas pela natureza.

Em Genebra, no fim do ano passado, o cientista David Charlton, da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, membro da equipe responsável pelo acelerador, afirmou que as descobertas dessa segunda fase podem marcar a física de maneira profunda. “Estamos chegando a um território inexplorado. Será uma nova era para a ciência.”

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Grande colisor de partículas – O acelerador custou 8 bilhões de dólares e levou mais de 20 anos para ser projetado e construído. Hoje, o túnel de 27 quilômetros situado cerca de 30 andares abaixo da cidade de Genebra e parte do território da França é considerado um exemplo de cooperação internacional.

É a máquina mais potente que existe, com ímãs condutores que funcionam por pilhas, e sua energia armazenada equivale à de um porta-aviões viajando a 43 quilômetros por hora ou à de um avião Airbus 380 voando a 700 quilômetros por hora. Para funcionar requer estar a uma temperatura de 217 graus centígrados abaixo de zero, mais baixa que a do espaço, e que foi alcançada no final do ano passado.

Antes de ser desligado, em fevereiro de 2013, ele permitiu realizar um descoberta histórica: demonstrar empiricamente o Bóson de Higgs, uma partícula subatômica prevista há quase 50 anos. Descoberto em 2012, o bóson rendeu no ano seguinte o Prêmio Nobel de Física ao britânico Peter Higgs e ao belga François Englert. Trata-se de um elemento-chave da estrutura fundamental da matéria.

(Da redação)

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