Quase aranha: fóssil de 305 milhões de anos traz pistas sobre a evolução da espécie
A 'Idmonarachne brasieri' não é exatamente uma aranha “real” – na verdade, ela pode ser o aracnídeo ancestral mais próximo da aranha moderna
A descoberta do fóssil de 305 milhões de anos na França pode auxiliar pesquisadores a compreender como as aranhas evoluíram para o que são hoje. O estudo, publicado na última edição da revista Proceedings of the Royal Society B, revela que o fóssil descoberto preenche uma lacuna na evolução da espécie, e um dos pontos chave para o surgimento das aranhas modernas pode ter sido a habilidade de tecer teias.
A espécie, chamada Idmonarachne brasieri, não é exatamente uma aranha “real”, como explicam os pesquisadores ao longo do estudo – na verdade, ela pode ser o aracnídeo ancestral mais próximo da aranha moderna. Para identificar como seria Idmonarachne, os pesquisadores utilizaram uma série de técnicas de escaneamento e construíram uma imagem em três dimensões da espécie. Foi assim que descobriram que, apesar de se parecer com uma aranha moderna, o aracnídeo de 305 milhões de anos não possuía o órgão responsável pelo controle da teia: característica que eles já haviam visto antes.
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Desde 2008 os especialistas conhecem um grupo ancião de aracnídeos, mais velho que Idmonarachne, que até conseguia produzir a teia de seda, mas não tinha as mesmas habilidades de tecer que as aranhas modernas, pois não tinham a glândula fiandeira. O grupo, chamado uraraneids, no entanto, tinha um apêndice que se parecia com um rabo. Ao comparar as características desse grupo mais antigo com a nova espécie descoberta, eles identificaram que Idmonarachne já havia perdido esse apêndice e, portanto, se encontrava entre uraraneids e as aranhas modernas, preenchendo uma lacuna na evolução.
“Nosso fóssil realmente ocupa uma posição chave para a evolução das aranhas. Não é uma aranha real, mas nos deu novas informações em relação à ordem em que essas características anatômicas apareceram conforme o grupo das aranhas evoluiu”, explicou o líder da pesquisa Russel Garwood, da Universidade de Manchester, no Reino Unido.
(Da redação)