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Programa tira famílias miseráveis da pobreza (e de forma sustentável) em dois anos

Desenvolvido por cientistas, o projeto deu aos participantes auxílio financeiro, bens produtivos e treinamento para gerenciar e guardar dinheiro

Por Raquel Beer Atualizado em 9 Maio 2016, 14h46 - Publicado em 14 Maio 2015, 18h47

Existe uma fórmula para conseguir tirar famílias da pobreza extrema de forma estável? Sem saber a resposta para a pergunta, cientistas de universidades americanas, belga e ganesa desenvolveram um projeto para testar o seu programa com parte do um quinto da população que vive com menos de 1,25 dólar por dia. Os resultados foram publicados hoje na revista americana Science.

Primeiro, foram selecionadas 11 000 famílias da Etiópia, Gana, Honduras, Índia, Paquistão e Peru. Para isso, os pesquisadores contaram com a ajuda de organizações locais desses países, que visitavam comunidades, perguntavam aos seus habitantes indicações das famílias mais pobres e então as entrevistavam para conhecer a situação.

Aos selecionados, foi dado por um ano um auxílio financeiro que variava entre 26 e 71 dólares por mês, junto a algum tipo de bem produtivo, como gado, mercadorias que poderiam ser vendidas ou mesmo comunidades de abelhas, com valor de 451 a 1 228 dólares. Para definir quanto cada um receberia os pesquisadores calculavam qual seria o valor mínimo que renderia àquela família o suficiente para atingir condições básicas de vida.

As famílias ainda ganharam treinamentos para gerenciar os recursos, poupar dinheiro com planos como poupança, e educação sobre saúde básica e serviços médicos. Além disso, recebiam visitas frequentes da equipe dos cientistas para que se mantivessem fieis à meta de sair da pobreza.

“Queríamos enfatizar que todos esses desafios estão interconectados: você não pode trabalhar se está doente, e não pode investir em seu negócio se não tem um lugar confiável para guardar o dinheiro”, disse ao site de VEJA o americano Dean Karlan, professor de economia da Universidade de Yale e um dos autores do estudo.

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Com todos esses fatores combinados, os pesquisadores perceberam que depois de dois anos da implantação do programa as famílias já faturavam mais dinheiro do que havia sido investido durante o projeto.

“Os grupos não eram obrigados a guardar dinheiro, podiam fazer o que quisessem. Mas o que notamos foi que, mesmo depois que o projeto acabou, continuaram a investir e gastar somente consumos essenciais, como comida, para poupar. Os resultados impressionam por mostrarem que as famílias se mantiveram estáveis mesmo depois de não termos mais contato com elas”, disse Karlan.

Os autores acreditam que os bons efeitos do programa em diferentes países provam que ele pode ser reproduzido ao redor do planeta. Nos próximos projetos, eles planejam investigar quais tarefas são mais difíceis para as famílias nessa transição, como investir dinheiro ou cuidar dos bens de consumo.

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