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Esta é a primeira imagem de um buraco negro já captada

Registro do corpo celeste, localizado no centro da galáxia Messier 87, a cerca de 54 milhões de anos-luz da Terra, é um marco na astrofísica

Por Da Redação
Atualizado em 10 abr 2019, 15h01 - Publicado em 10 abr 2019, 11h21

Uma equipe internacional de cientistas anunciou nesta quarta-feira, 10, um marco na astrofísica: a primeira foto de um buraco negro. A imagem foi registrada por uma rede global de telescópios criada para obter informações sobre esses corpos celestes caracterizados por ter campos gravitacionais tão fortes que nem a matéria nem a luz conseguem escapar de sua atração.

Mas como, então, é possível obter a foto de um buraco negro? O anel luminoso que se vê na imagem é, na verdade, o que os astrônomos chamam de “horizonte de eventos”: um halo de poeira e gás no contorno desse buraco, que está localizado no centro da Messier 87, uma enorme galáxia no aglomerado próximo ao de Virgem, a cerca de 54 milhões de anos-luz da Terra.

O disco captado na foto contém matéria que é acelerada a altas velocidades pela força gravitacional e que terminará por ser engolida ou ejetada para longe, escapando da voracidade do corpo celeste. O halo tem a forma de um crescente porque as partículas voltadas para a Terra aparentam estar mais rápidas – e brilhantes – do que as que estão do outro lado.

No centro da imagem, está o que os cientistas chamaram de “sombra do buraco negro”, a região onde o buraco propriamente dito está localizado e que, por não emitir luz, não pode ser observada. Físicos estimam que o corpo celeste seja 2,5 vezes menor do que sua sombra. O buraco no centro da Messier 87 tem uma massa 6,5 bilhões de vezes maior que a do nosso Sol.

Foto panorâmica

O trabalho foi conduzido pelo projeto Telescópio de Horizonte de Eventos (EHT, em inglês), uma colaboração internacional iniciada em 2012, que envolve cerca de duzentos cientistas. Em 2017, oito telescópios, em diferentes partes do mundo, foram apontados para o buraco negro em Messier 87. As imagens captadas por cada um deles foram reunidas na panorâmica divulgada, após dois anos do processamento de milhares de dados.

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Daniel Marrone, professor de astronomia da Universidade do Arizona que participou do projeto, explica que todos os equipamentos foram acionados simultaneamente, por meio de relógios atômicos extremamente precisos, para obter uma sequência de planos do buraco negro.“Foi uma dança coordenada na qual simultaneamente apontamos nossos telescópios em uma sequência cuidadosamente planejada”, afirmou à emissora americana CNN.

O anúncio foi feito em entrevistas coletivas simultâneas em Washington, Bruxelas, Santiago, Xangai, Taipé e Tóquio.

Observatório ALMA (Atacama Large Millimeter Array), em San Pedro de Atacama, no Chile, um dos pontos de observação que compõe o projeto internacional (Y. Beletsky (LCO)/ESO/Divulgação)

Anteriormente, buracos negros eram retratados com imagens conceituais ou animações.

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Um buraco negro é uma região do espaço que possui uma quantidade tão grande de massa concentrada que nada consegue escapar da atração de sua força de gravidade. Em geral, são formados quando uma grande estrela (maior do que o nosso Sol) colapsa no final do seu ciclo de vida. Há, contudo, um outro tipo de buraco negro que atrai a atenção dos cientistas. São os chamados buracos negros supermassivos, de extensão muito maior – caso do fenômeno observado na foto histórica. Eles podem ser o resultado de centenas ou milhares de buracos negros menores que se fundem, da implosão de grandes nuvens de gás ou do colapso de um aglomerado estelar.

A existência do fenômeno tem sido discutida há mais de 200 anos – por muito tempo, apenas no plano teórico. Hoje existem evidências de que a maioria, se não todas as galáxias (a Via Láctea, inclusive), tem buracos negros.

(Com Agência France-Presse)

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