Prêmio Nobel pede demissão de universidade inglesa após comentários sexistas

O cientista inglês Timothy Hunt, prêmio Nobel de Medicina em 2001, pediu demissão do cargo de professor honorário na Universidade College London (UCL) depois do escândalo provocado por declarações sobre o papel das mulheres em estudos científicos.

Durante uma palestra na Conferência Mundial para Jornalistas de Ciência, realizada na Coreia do Sul nesta semana, Hunt, de 72 anos, admitiu ter reputação de ser “machista” e disse: “deixem-me contar-lhes sobre o meu problema com as meninas. Três coisas acontecem quando elas estão no laboratório. Você se apaixona por elas, elas se apaixonam por você e, quando você as critica, elas choram.”

O cientista, que ganhou o Nobel por sua pesquisa sobre a multiplicação de células e recebeu em 2006 o reconhecimento de Cavaleiro da Coroa Britânica, também disse ser a favor de laboratórios separados por sexo, afirmando que não “queria ficar no caminho das mulheres.” Na plateia, além dos jornalistas, havia diversas pesquisadoras renomadas, que tuitaram e repercutiram as declarações.

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Na quarta-feira, arrependido, Hunt pediu desculpas em uma entrevista à rádio BBC, dizendo que estava sendo honesto e que fez aqueles comentários num tom de brincadeira. “Eu realmente me arrependo por ter afirmado o que disse. Foi uma coisa muito estúpida. O que tinha a intenção de ser um tipo de comentário leve, irônico, aparentemente foi levado muito a sério”, afirmou.

Não foi o suficiente. No fim do dia, a UCL, fundada em 1826, publicou um comunicado em seu site com a confirmação da demissão do professor:

“A UCL confirma que Sir Tim Hunt pediu demissão hoje de seu cargo de professor honorário da Faculdade de Ciências da Vida da UCL depois de seus comentários sobre as mulheres em uma conferência na Coreia do Sul, em 9 de junho. A UCL foi a primeira universidade na Inglaterra a admitir estudantes mulheres em igualdade de condições com os homens, e a universidade acredita que este resultado é compatível com o nosso compromisso com a igualdade de gênero.”

(Da redação)