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Por que o Macchu Picchu está em um local tão acidentado?

Pesquisa liderada por cientista brasileiro buscou entender se a construção do santuário sobre falhas geológicas foi acidental, ou não

Por Sabrina Brito Atualizado em 24 set 2019, 19h36 - Publicado em 24 set 2019, 17h49

No topo de uma montanha peruana de quase 2,5 quilômetros de altitude está situado o santuário inca de Macchu Picchu. Símbolo de uma civilização antiga, o local desperta há décadas a curiosidade dos cientistas, intrigados com o fato de uma sociedade despossuída das tecnologias atuais ter construído a chamada “cidade perdida” em uma região tão acidentada e difícil de manejar.

Nesta segunda-feira, 23, foi anunciado um estudo, liderado pelo geólogo brasileiro Rualdo Menegat (da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), que busca elucidar o assunto. O cientista sugeriu que a construção do Macchu Picchu em um ponto de encontro entre placas tectônicas — o que culmina em um relevo desigual — se deu por causa, e não apesar, do tipo de terreno da região. De acordo com o pesquisador, teria sido impossível erguer a cidade em altas montanhas (como exigia a religião dos incas, que valorizava a altitude e a vista) se o solo não fosse acidentado.

O estudo foi baseado em imagens capturadas por satélites e medições feitas no próprio local. Ao mapear as fraturas geológicas presentes na América do Sul, Menegat descobriu que as falhas responsáveis pela elevação da porção central da Cordilheira dos Andes se cruzam e formam um “X” exatamente embaixo do Macchu Picchu. Outras cidades incas, como Cusco e Ollantaytambo, também estão localizadas no encontro de fraturas de relevo.

Os resultados da pesquisa apontam que a rede de falhas geológicas na região proporcionou diversas vantagens aos incas. Um bom exemplo é o fornecimento de água: os desníveis permitiam que a água de degelo, assim como a proveniente da chuva, escorressem diretamente para a cidade. Além disso, a altitude protege o santuário de avalanches e escorregamentos de terra, que são muito comuns na região.

O estudo reitera o fato de que civilizações antigas possuíam conhecimentos profundos sobre determinados assuntos, a exemplo da construção e do planejamento de edificações. Afinal, em um mundo de tecnologia escassa, o povo inca foi capaz de organizar a estrutura de uma cidade com surpreendente eficiência.

 

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