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Pingente de 11.000 anos é evidência mais antiga de arte do mesolítico na Grã-Bratenha

O artefato contém diversas gravuras e pode ter pertencido a um xamã para proteção espiritual. Essa é uma importante evidência sobre a conexão cultural de grupos do Norte da Europa

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h58 - Publicado em 26 fev 2016, 11h56

Um pingente de 11.000 anos é a evidência de arte mais antiga do período mesolítico (aproximadamente 10.000 a.C.) na Grã-Bretanha. Segundo a pesquisa, divulgada na última quinta-feira, o artefato contém diversas gravuras e foi encontrado em 2015 em um sítio arqueológico chamado Star Carr, no norte de Yorkshire. Essa é uma importante evidência sobre a conexão cultural de grupos do Norte da Europa.

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Em formato de triângulo, o pingente foi feito com um único pedaço da rocha de xisto que foi gravado com diversas linhas. De acordo com a pesquisa, liderada por Nicky Milner, do Departamento de Arqueologia de York, as inscrições na rocha podem representar uma árvore, um mapa, ou uma folha. Estes padrões gravados em pingentes mesolíticos são extremamente raros e nenhum outro artefato como este é conhecido em toda a Europa. “Foi incrivelmente excitante descobrir um objeto tão raro. Qualquer artefato que encontrarmos sobre este período na Grã-Bretanha é único. Podemos apenas imaginar quem era o dono deste objeto, como ele fez as gravuras na pedra e o que as inscrições realmente significavam para eles”, disse Nicky Milner.

Amuleto – A pesquisa, publicada na revista acadêmica online Internet Archeology, utilizou diversas técnicas de microscopia digital para gerar imagens de alta resolução do pingente, ajudando os especialistas a identificar os padrões e a origem das gravuras. Uma análise também foi feita para saber se os mesolíticos utilizaram algum tipo de pigmentação para destacar os traços. Outros artefatos contendo furos centrais também foram encontrados em Star Carr, mas o fato de que este triângulo tinha um pequeno orifício em uma das pontas (e não no centro) faz os estudiosos pensarem que ele foi pendurado, utilizado como um colar.

“Uma possibilidade é que este pingente pertencia a um xamã, pois cocares feitos de chifres de veado-vermelho foram encontrados nas proximidades durante as primeiras escavações, e nós acreditamos que estes tipos de adereços foram usados por xamãs. Nós não temos certeza do que as gravuras realmente significam, mas pingentes de âmbar que também eram gravados foram encontrados na Dinamarca e estão sendo interpretados como amuletos de proteção espiritual”, afirmou Milner.

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Pré-histórico – O artefato traz informações sobre a conexão entre culturas dos povos que habitaram a Europa há 11.000 anos. “Esta descoberta emocionante nos traz informações sobre a arte dos primeiros colonos permanentes da Grã-Bretanha após a Era do Gelo. Aquele foi um tempo em que os níveis dos oceanos eram muito menores do que nos dias de hoje. Grupos transitavam entre Doggerland (que hoje foi encoberta pelo Mar do Norte) e a Grã-Bretanha. O tipo de pingente visto aqui é semelhante aos encontrados no sul da Escandinávia e outras áreas ao redor do Mar do Norte, mostrando uma conexão cultural muito próxima entre estes grupos do Norte da Europa”, disse a doutora Chantal Conneller, da Universidade de Manchester e uma das diretoras das escavações.

“Estes artefatos nos falam sobre pessoas, e no final, é disto que se trata a arqueologia”, disse outro diretor das escavações, Barry Taylor, da Universidade de Chester. “Os resultados excederam nossas expectativas e vão ajudar a reescrever a história deste longo e complexo período pré-histórico, do qual sabemos tão pouco”, disse o Duncan Wilson, presidente da Historic England, que colaborou com as escavações.

(Da redação)

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