Pessoas têm mais empatia por indivíduos de outras raças quando convivem com eles, diz pesquisa
Segundo o professor Ross Cunnington, autor do estudo, a identificação de um ser humano com outro se dá por processos cerebrais ativos quando há convivência contínua.
Publicado na revista Cortex, o estudo, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Queensland em conjunto com o Instituto do Cérebro do mesmo estado da Austrália, provou o que já se sabia pelo senso comum: quanto mais tempo passamos com pessoas de outras raças, mais empatia temos por elas.
A pesquisa foi feita com trinta estudantes chineses que haviam chegado recentemente à Brisbane, na Austrália, sendo dezoito mulheres e doze homens. Durante a análise, os jovens tiveram que assistir a vídeos de atores da China e outros de caucasianos, que receberam toques dolorosos e não-aflitivos na bochecha.
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Para registrar o nível de empatia neural no cérebro dos alunos ao assistir cada vídeo, os pesquisadores usaram técnicas de gravação de imagem cerebral. Segundo o professor adjunto Ross Cunnington, da Universidade de Queensland, “a investigação sobre a década passada mostrou que o cérebro tem um viés racial muito forte em resposta a ver os outros na dor ou sofrimento; como resultado, temos muito mais empatia em relação às pessoas de nossa própria raça”.
Mas o novo estudo mostrou que o nível de empatia aumenta quanto mais uma pessoa convive com outras raças. De acordo com Cunnington, a empatia dependeu, em parte, dos processos cerebrais que levaram as pessoas a se espelharem automaticamente nas outras ou a compartilharem as suas emoções.
“Nós descobrimos que aqueles que relataram mais contato com outras raças durante toda a vida apresentaram maiores níveis de empatia neural em comparação com aqueles que tiveram menor contato”, definiu Cunnington.
(Da redação)