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Pesquisadores descobrem nova espécie de carnívoro que é “mistura de gato com urso de pelúcia”

O olinguito, da família do guaxinim, vive nas florestas do Equador e da Colômbia e é a primeira espécie de carnívoro descoberta no Ocidente nos últimos 35 anos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h18 - Publicado em 16 ago 2013, 12h20

Pesquisadores do Museu Nacional de História Natural Smithsonian, nos Estados Unidos, finalmente desfizeram um mal-entendido que durou mais de um século: um animal já observado na natureza, em museus e até em zoológicos havia recebido a identificação errada por todos esses anos. Ao corrigir o erro, os cientistas encontraram o olinguito, primeiro carnívoro descoberto no ocidente nos últimos 35 anos.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Taxonomic revision of the olingos (Bassaricyon), with description of a new species, the Olinguito

Onde foi divulgada: periódico ZooKeys

Quem fez: Kristofer M. Helgen, Miguel Pinto, Roland Kays, Lauren Helgen, Mirian Tsuchiya, Aleta Quinn, Don Wilson e Jesus Maldonado

Instituição: Museu Nacional de História Natural Smithsonian, nos EUA, e outras

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Resultado: Os pesquisadores descobriram o olinguito (Bassaricyon neblina), primeiro carnívoro descoberto no ocidente nós últimos 35 anos

O olinguito, que recebeu o nome científico de Bassaricyon neblina, é o último membro identificado da família dos Procionídeos, à qual pertencem o guaxinim, o quati, o jupará e os olingos. Pesando cerca de um quilo, o olinguito tem olhos grandes e pelo marrom-alaranjado, que o fazem parecer “um cruzamento entre um gato doméstico e um urso de pelúcia”. Na natureza, ele vive nas florestas nebulosas da Colômbia e do Equador (de onde vem o termo “neblina” de seu nome científico).

“A descoberta do olinguito nos mostra que o mundo ainda não foi completamente explorado, e seus segredos mais básicos ainda não foram revelados”, afirma Kristofer Helgen, curador de animais do museu e principal autor do estudo. “Se novos carnívoros ainda podem ser encontrados, que outras surpresas nos esperam? Tantas espécies ainda não são conhecidas pela ciência. Documentá-las é o primeiro passo em direção a um entendimento de toda a riqueza e diversidade da vida na Terra”, diz o pesquisador. O estudo que descreve o olinguito foi publicado nesta quinta-feira, no periódico ZooKeys.

Longo caminho – A descoberta foi o resultado do trabalho de uma década. O objetivo inicial da pesquisa era estudar as diversas espécies de olingos, carnívoros do gênero Bassaricyon. Mas uma análise de mais de 95% dos exemplares desses animais presentes em museus, aliada a testes genéticos e dados históricos, revelou a existência do olinguito, que não havia sido descrito até então.

A primeira pista veio dos dentes e do crânio do animal, que são menores e apresentam formato diferente do olingos. Os animais da nova espécie também são menores e têm pelagem mais longa e densa. Porém, como as informações das quais os cientistas dispunham vinham de observações e exemplares capturados no início do século XX, era preciso descobrir se o olinguito ainda existia na natureza.

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Para isso, os pesquisadores se uniram a Roland Kays, diretor do Laboratório de Biodiversidade e Observações da Terra do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte, que ajudou a organizar uma expedição de campo. “Os dados dos exemplares antigos nos deram uma ideia do que procurar, mas ainda parecia um tiro no estudo”, conta Kays.

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Habitat natural – Em uma expedição de três semanas, os pesquisadores encontraram os olinguitos e documentaram tudo o que puderam sobre o animal e seu habitat. Eles descobriram, por exemplo, que o olinguito é mais ativo durante a noite, se alimenta principalmente de frutas, raramente desce das árvores e tem um filhote de cada vez.

Os pesquisadores estimam que 42% de seu habitat já tenha sido transformado em áreas agrícolas ou urbanas. “As florestas nebulosas dos Andes são um mundo à parte. repletas de espécies que não são encontradas em outros lugares, muitas das quais podem estar ameaçadas. Nós esperamos que o olinguito possa ser um ‘embaixador’ para as florestas do Equador e da Colômbia”, afirma Helgen.

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