Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Pesquisadores descobrem mais antigo fóssil de grande felino

Crânio encontrado no Tibete possui mais de 4 milhões de anos e pode ajudar a resolver o mistério sobre onde e quando surgiram os grandes felinos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h16 - Publicado em 13 nov 2013, 21h10

Pesquisadores anunciaram nesta quarta-feira a descoberta do fóssil mais antigo de um grande felino. Os ossos foram escavados em uma região próxima ao Himalaia, no Tibete, e pertenceram a um animal que viveu entre 4,1 e 5,95 milhões de anos atrás. Segundo o estudo, publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, o felino descrito pertencia a uma espécie extinta, que recebeu o nome de Panthera blytheae, bastante semelhante ao atual leopardo das neves, que continua a habitar a mesma região.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Himalayan fossils of the oldest known pantherine establish ancient origin of big cats

Onde foi divulgada: periódico Proceedings of the Royal Society B

Quem fez: Jack Tseng, entre outros

Continua após a publicidade

Instituição: Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos

Dados de amostragem: Ossos descobertos em 2010 no Tibete

Resultado: Segundo a análise dos pesquisadores, os ossos faziam parte do crânio de um grande felino que viveu entre 4,1 e 5,95 milhões de anos atrás. O animal teria pertencido a uma espécie já extinta, que recebeu o nome de Panthera blytheae

O estudo descreve alguns fragmentos de crânio descobertos em 2010, e sugere que os fósseis podem fornecer informações importantes para explicar o local e o tempo de origem de todos os grandes felinos – grupo que reúne grandes predadores como leões, onças, tigres e leopardos. “Esta descoberta sugere que os grandes felinos têm uma origem evolutiva mais ancestral do que se suspeitava anteriormente”, diz Jack Tseng, pesquisador do Museu Americano de História Natural, em Nova York, que participou do estudo.

Continua após a publicidade

Gatinhos e gatões – Estudos anteriores feitos a partir de análises do DNA dos grandes felinos sugeriam que o ancestral comum mais antigo desses animais teria surgido há cerca de 6,37 milhões de anos. Ele teria evoluído a partir de uma divergência dos Felinae, subfamília que inclui felinos menores, desde os selvagens pumas e linces até os gatos domésticos.

O problema é que os fósseis mais antigos de grandes felinos encontrados até agora eram fragmentos de dentes escavados na Tanzânia, datando de apenas 3,6 milhões de anos atrás, o que parecia ir contra as previsões genéticas.

Leia também:

Tigre compartilha 95,6% de seu genoma com o gato

Continua após a publicidade

Para estimar a idade do crânio descoberto recentemente, os pesquisadores usaram uma técnica conhecida como magnetostratigrafia. Ela analisa os padrões que as reversões dos campos magnéticos da Terra deixaram gravadas nas camadas de rochas para estimar a idade dos fósseis. Concluíram, assim, que o animal viveu entre 4,1 e 5,95 milhões de anos atrás – preenchendo a lacuna que faltava.

Mauricio Anton/Proceedings of the Royal Society B/AP

grande felino ()

Os pesquisadores encontraram fragmentos de ossos que formavam o crânio quase completo de um grande felino ancestral

Continua após a publicidade

O novo fóssil também permitiu aos pesquisadores refinarem ainda mais a data estimada para a divergência entre os Felinae e os grandes felinos. A partir da análise morfológica do crânio e comparações com outros felinos – vivos e mortos – os pesquisadores avaliam agora que o primeiro grande felino surgiu entre 10 e 11 milhões de anos atrás.

Gatos tibetanos – A descoberta não ajuda somente a ajustar a data de evolução dos grandes felinos, mas também seu local de origem. Pesquisas moleculares anteriores mostravam que esses animais deveriam ter surgido na Ásia, mas o fóssil mais antigo conhecido até agora era africano. A localização do novo crânio sugere que, de fato, o grupo divergiu dos outros felinos na Ásia Central, e depois se espalhou para o resto do mundo.

Leia também:

Pesquisadores encontram mais antigo esqueleto de primata

Continua após a publicidade

Os paleontologistas encontraram o fóssil enquanto realizavam escavações no condado de Zanda, uma região isolada que fica perto da fronteira entre o Paquistão e a China. Ali, eles descobriram mais de 100 ossos, de uma grande variedade de animais. O crânio do Panthera blytheae estava localizado abaixo de ossadas de antílopes, bastante quebrado, mas quase completo. “Ele estava simplesmente alojado em meio a toda essa confusão”, diz Tseng.

Agora, os pesquisadores pretendem voltar ao local e realizar mais escavações, em busca de outros exemplares da espécie. Isso poderia ajudá-los a refinar seus estudos e deixar mais precisas as datas estimadas para a origem dos grandes felinos.

Zanda

Os pesquisadores encontraram o crânio do Panthera blytheae enquanto realizavam escavações no isolado condado de Zanda, na Região Autônoma do Tibete, perto da fronteira da China com o Paquistão.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.