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Paraplégico dá os primeiros passos após cinco anos. Veja o vídeo

Com o apoio de eletrodos cerebrais, americano de 26 anos conseguiu movimentar as pernas e se moveu por quase quatro metros

Por Da Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 09h42 - Publicado em 24 set 2015, 19h04

Um americano de 26 anos, paralisado da cintura para baixo há cinco anos após um acidente, voltou a movimentar as pernas com o apoio de eletrodos, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (23) no Journal of Neuroengineering and Rehabilitation. No experimento, um grupo de cientistas americanos “religou” os sinais cerebrais do jovem às pernas e ele deu alguns passos por três metros e meio, com o apoio de um andador.

A estratégia usada pelos pesquisadores foi captar as ondas do cérebro com uma touca de eletrodos e enviá-las a um computador que as interpreta e traduz em comandos de “caminhar” ou “parar”. Em seguida, esses sinais chegam a um mecanismo localizado na cintura do paciente, que os envia às pernas, comandando o movimento dos músculos.

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De acordo com os especialistas, a pesquisa é interessante, mas ainda não oferece uma solução para os paraplégicos, pois não é possível garantir o equilíbrio do paciente. Sem o apoio de equipamentos, o jovem não consegue movimentar os membros inferiores com autonomia.

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“Mostramos que é possível restaurar a caminhada controlada pelo cérebro depois de uma lesão da medula espinhal. Esse método não invasivo para a estimulação dos músculos das pernas é promissor e um avanço para sistemas já existentes que usam realidade virtual ou exoesqueletos”, afima o neurologista An Do, pesquisador da Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo.

Estímulo cerebral – A premissa do estudo é que, após a lesão da medula, o cérebro continua a produzir sinais de movimento – as pernas, no entanto, não são capazes de receber o estímulo. O que falta é a “ponte”, cortada pela lesão da medula espinhal.

Para ajudar o jovem a recuperar o movimento das pernas, os cientistas o submeteram a um treinamento intensivo feito com a ajuda de jogos de computador, em que ele controlava um avatar, além de testes físicos. Após essa etapa, o paciente aprendeu a estimular, alternadamente, as pernas direita e esquerda.

Estágio inicial – De acordo com os especialistas na área, pesquisa ainda está longe de oferecer uma alternativa aos paraplégicos. “Este é um interessante estudo em fase inicial. No entanto, caminhar independentemente sobre o solo ainda está distante pois, entre outras coisas, a questão do equilíbrio ainda não foi abordada”, disse Mark Beacon, diretor da entidade inglesa Spinal Research, à rede BBC.

O experimento dos cientistas americanos tem técnica semelhante à utilizada pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, pesquisador da Universidade Duke, nos Estados Unidos. Na abertura da Copa do Mundo, em 2014, ele fez uma demonstração de um exoesqueleto comandado pelo cérebro, quando um rapaz deu um leve toque em uma bola arremessada a ele. Para movimentar o exoesqueleto, os sinais enviados pelo cérebro seriam captados pelos eletrodos e enviados a um computador nas costas do robô. Ali, eles seriam traduzidos e transformados em comandos como “mover o pé direito” ou “chutar”. O sistema, chamado interface cérebro-máquina (ICM), transforma as intenções do cérebro em movimento.

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Para grande parte dos pesquisadores envolvidos em projetos para restaurar a mobilidade de paraplégicos ou tetralégicos, o futuro estará, provavelmente, em uma combinação de técnicas que, além dos computadores, utilize também pesquisas com células-tronco e estímulos elétricos que atuam diretamente nas lesões. Experiências assim estão sendo desenvolvidas por diversos pesquisadores pelo globo.

Veja o vídeo da movimentação do jovem de 26 anos, feito pelos pesquisadores da Universidade da Califórnia (em inglês):

https://www.youtube.com/watch?v=lSAkSo6FH8g

(Da redação)

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