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“O Autolib será uma vitrine tecnológica”

Vincent Bolloré, o homem à frente do BlueCar, fala sobre a iniciativa e faz apostas para o futuro

Por Fernando Valeika de Barros
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h52 - Publicado em 5 dez 2011, 13h48

Aos 58 anos, Vincent Bolloré é o 12º francês mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em 1,7 bilhão de dólares. Bolloré ganhou a concorrência do Autolib’ em Paris porque foi o mais ousado no investimento. Enquanto os outros concorrentes queriam se assegurar de que não perderiam dinheiro em caso de fracasso, ele tocou o projeto em frente. Excetuando-se um investimento público de 50 mil euros por estação, que virá dos cofres das cidades participantes, o resto do dinheiro sairá integralmente da carteira do empresário.

Por que o senhor decidiu investir em um projeto de carro elétrico como o Autolib?

Há trinta anos, o nosso grupo investe na pesquisa de consensadores para estocar energia e no desenvolvimento de baterias. Ou seja, desde um tempo em que nem se imaginava que carros elétricos poderiam se tornar uma solução para a mobilidade urbana. Naquele tempo, nenhum construtor de automóveis acreditava nesta solução. Mas, como somos um fabricante de baterias pudemos ter uma outra abordagem em relação aos fabricantes de automóveis. Assim, desenvolvemos uma bateria diferente, de lítio-metal-polímero. Servirá para o BlueCar e estamos pensando no uso delas para ônibus. E também serão úteis para um dos grandes desafios do planeta: conservar energia.

Qual a vantagem?

As baterias que equipam o BlueCar são sólidas e resistem melhor ao calor do que as de íon de lítio. Nosso grupo investiu algo como 1 bilhão de euro no desenvolvimento desta tecnologia. Sem nenhum centavo de dinheiro público, hoje produzimos baterias na França e no Canadá. O lítio que usamos vem da América do Sul, da Argentina e Bolívia. Nós acreditamos que entre 10% e 15% dos carros do planeta poderão ser elétricos. O Autolib poderá ser uma vitrine tecnológica para que parisienses, franceses e gente de vários países, que visitam a cidade, descubram um carro que não emite os ruídos de automóveis e nenhuma fumaça. Com estas baterias, um carro elétrico tem uma autonomia de 250 quilômetros, pelo menos. Um ônibus equipado com elas, roda 140 quilômetros. E também que um consumidor pode descobrir as vatagens de estocar energia em casa. Entre o lítio sólido e o íon de lítio que vença a melhor solução.

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O BlueCar cumprirá a autonomia prometida de 250 quilômetros?

Nos testes, alguns protótipos chegaram a rodar 320 quilômetros. Assim, estimamos que os 250 km de autonomia serão feitos com facilidade na região de Paris. O BlueCar é um carro bem concebido. Foi desenhado pelo estúdio Pininfarina, em um projeto coordenado por Paolo Pininfarina. Graças a este excelente trabalho, o BlueCar pesa 1.070 quilos. É pouco, considerando 300 quilos do módulo de baterias.

Muitos críticos do Autolib argumentam que a logística para tocar o projeto é complexa. Como gerenciar isso?

No Grupo Bolloré temos um departamento de logística que movimenta 5 bilhões de euros por ano e tem experiência neste assunto. Mas, veremos como as coisas acontecerão na prática. O Autolib é uma experiência que merece ser tentada.

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O senhor pretende vender este carros também?

Haverá versões do BlueCar também para particulares. Com início de comercialização na Europa a partir de 2012.

Por que a utilização da bateria de lítio polímero em casas será útil?

A humanidade aprendeu a estocar alimentos, água, mas ainda não descobriu como guardar energia. É uma questão complexa. A vantagem de usar essas baterias? Elas podem tornar a mobilidade urbana mais limpa. Na minha opinião, um industrial tem de investir em boas soluções para o futuro e assumir os riscos.

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Confira reportagem em vídeo sobre a inauguração do sistema nesta segunda:

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