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Nave chinesa faz 1º pouso controlado na Lua em 37 anos

China, que alcançou o primeiro pouso extraterrestre de sua história, lançou sua primeira sonda lunar, a Chang E1, em 2007, e a segunda, a Chang E2, em 2010.

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h15 - Publicado em 14 dez 2013, 14h30

A sonda não tripulada chinesa Chang E3 pousou neste sábado na cratera lunar Sinus Iridum, o que transforma o país asiático no terceiro, após Estados Unidos e União Soviética, a conseguir pousar na lua em operação controlada. O último pouso controlado de uma nave na Lua foi a da sonda soviética Luna 24, da extinta União Soviética, no dia 18 de agosto de 1976.

A Chang E3 foi lançada da base aérea de Xichang no último dia 2 de dezembro e orbitava a uma velocidade de 1,7 quilômetros por segundo. Começou a desacelerar quando se encontrava a 15 quilômetros da superfície lunar e pousou com sucesso às 11h12 (horário de Brasília) deste sábado.

A manobra durou 12 minutos e foi retransmitida ao vivo por vários canais da televisão estatal chinesa. Para executar o pouso, o aparelho desceu descrevendo uma parábola até que se situou a cerca de 100 metros da superfície do satélite, momento no qual planou suavemente até pousar, quase sem levantar poeira lunar. A sala de controle de Pequim comemorou com aplausos, segundo imagens exibidas ao vivo pela televisão chinesa, que mostraram o processo final de descida do módulo.

Durante sua aproximação à Lua, a Chang E3 (batizada em honra a uma deusa que, segundo lendas chinesas, vive na Lua) ofereceu imagens muito nítidas da superfície lunar, auxiliada pela ausência de atmosfera e por se encontrar na face iluminada do satélite.

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O pouso havia sido descrito como a parte “mais difícil” da missão pela Academia Chinesa de Ciências em uma publicação no perfil da Chang’e-3 na rede social Sina Weibo (o equivalente chinês do Twitter).

Os encarregados do programa espacial chinês escolheram pousar na localidade chamada Sinus Iridum devido a sua superfície plana, que facilitará o desenvolvimento das comunicações. Também conhecida como Baía do Arco-íris, a área é um território ainda inexplorado da Lua, segundo a administração espacial chinesa, que oferece condições favoráveis tanto por sua exposição ao sol quanto pela comunicação com a Terra.

A escolha do local vai tornar mais fácil que o robô espacial receba luz solar suficiente para suas baterias. Poucos minutos após pousar na Lua, a Chang E3 posicionou painéis solares a fim de acumular a energia necessária para, em algumas horas, poder liberar na superfície o robô móvel Yutu. O módulo de aterrissagem deve desdobrar uma rampa para que o veículo móvel 4×4 desembarque na superfície lunar.

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A missão do veículo é levar adiante análises científicas, especialmente geológicas, e enviar à Terra imagens tridimensionais da Lua. A máquina ficará operacional três meses, durante os quais se deslocará a uma velocidade máxima de 200 metros por hora.

Se esta segunda manobra tiver êxito, a China alcançará outro marco, já que o único país que até agora posicionou robôs móveis na Lua foi também a União Soviética, e a última vez que conseguiu isso foi há 40 anos.

A China, que alcança hoje o primeiro pouso extraterrestre de sua história, lançou sua primeira sonda lunar, a Chang E1, em 2007, e a segunda, a Chang E2, em 2010.

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Muitos chineses acompanham o desenvolvimento da missão, motivo de orgulho nacional, e milhões deles votaram pela internet no nome do veículo de exploração, que faz referência à mitologia chinesa.

O país asiático tenta a longo prazo levar astronautas ao satélite terrestre, e, embora ainda não haja uma data fixada para isso, espera-se que seja por volta de 2020, época na qual a China também espera ter uma base espacial permanente orbitando a Terra.

Antes, o país planeja o envio de uma quarta sonda lunar em 2015 e outra em 2017, esta com a missão de ser a primeira capaz de retornar à Terra, em claros preparativos para uma missão tripulada em um futuro mais distante.

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Os EUA são o único país que conseguiu enviar astronautas à Lua, a primeira vez em julho de 1969 (Apolo 11) e a mais recente em dezembro de 1972, com a 17ª e última missão do programa Apolo.

Nos anos 80, Washington e Moscou abandonaram totalmente os voos lunares, e embora tenham sido retomados nos 90 (década na qual o Japão se uniu à corrida da exploração lunar), todas as sondas enviadas desde então não realizaram pousos suaves e se impactaram contra a Lua.

“Frente à corrida espacial do século passado entre os EUA e a antiga União Soviética, o retorno à Lua atual se baseia mais em curiosidade e ânimo de explorar o universo desconhecido”, opinou o engenheiro Sun Haixian, subdiretor do programa chinês de exploração lunar, citado pela agência oficial ‘Xinhua’.

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O êxito chinês, que com seu programa espacial procura demonstrar que pode competir com tradicionais potências tecnológicas após décadas de subdesenvolvimento e isolamento internacional, acontece dez anos depois que o país asiático lançou ao espaço seu primeiro astronauta, Yang Liwei. Este feito é o último passo do ambicioso programa espacial da China, que é visto como uma mostra do crescente poder deste país no mundo e de seus avanços tecnológicos, assim como do sucesso do Partido Comunista ao reverter a sorte de um país que antes foi pobre.

Leia também:

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(Com agências EFE e France Presse)

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