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Morre um rinoceronte branco do norte. Agora só restam 4

Espécie está muito próxima de ser extinta. Caçada pelo alto valor de seus chifres, é símbolo do que pode ser o início da sexta extinção em massa (e global) dos animais

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h02 - Publicado em 29 jul 2015, 19h49

Um dos cinco últimos rinocerontes brancos do mundo morreu nesta segunda-feira no zoológico de Dvur Kralove, na República Tcheca, deixando a espécie por um fio. Nabire, uma fêmea de rinoceronte branco do norte, de 31 anos, sofria há tempo e morreu por causa de um cisto rompido, de acordo com comunicado do zoológico.

“Sua morte é um símbolo do declínio catastrófico dos rinocerontes devido à ganância humana. Essa é uma perda difícil de descrever”, afirmou o diretor do zoológico, Prmysl Rabas. O animal está próximo da extinção devido ao alto valor atribuído a seu chifre e às guerras que ocorreram em torno do seu habitat, segundo a organização World Wildlife Foundation (WWF). Apesar de Nabire ter morrido de forma natural, a espécie só se tornou restrita a menos de uma dezena de animais após sofrer com a caça intensa, por séculos.

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A contagem regressiva para a extinção da espécie começou no ano passado, quando morreu Angalifu, um rinoceronte branco que vivia no zoológico de San Diego, nos Estados Unidos. Com a morte de Nabire, agora só existem mais quatro exemplares de rinocerontes brancos, uma fêmea idosa no zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, e duas fêmeas e um macho na reserva Ol Pejeta Conservancy, no Quênia. Os biólogos torcem para que o único macho restante consiga se reproduzir com uma das fêmeas e evite que a espécie desapareça. Se surgirem filhotes, os rinocerontes poderão viver por, pelo menos, mais uma geração.

Nabire era um caso raro, nascida em cativeiro. Em 2009, os biólogos tchecos a levaram para o Quênia, esperando que o ambiente natural ajudasse na reprodução, mas o plano falhou.

Extinção em massa – O rinoceronte branco do norte é uma subespécie do rinoceronte branco que, nos anos 1960, contava com uma população de 2 000 indivíduos. Vinte anos depois, o número caiu drasticamente para apenas 15, principalmente por efeito da caça.

Na Ásia, indivíduos sem escrúpulo acreditam que seu chifre tem virtudes afrodisíacas, o que o faz altamente caro e cobiçado. A queda na quantidade de animais na natureza elevou o valor do chifre no mercado negro, motivo que, aliado à difícil reprodução da espécie, minou as tentativas de ambientalistas de salvar o animal.

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De acordo com um estudo da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), feito no fim ano passado, o rinoceronte branco é uma das 4 529 espécies próximas de desaparecerem. De acordo com a análise, 41% dos anfíbios, 26% dos mamíferos e 13% dos pássaros do planeta podem sumir nos próximos anos, o que nos deixaria à beira da sexta extinção em massa dos animais. A última aconteceu há 65 milhões de anos, quando os dinossauros foram varridos do planeta.

Outro estudo, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, divulgado em junho, estima que as extinções estão ocorrendo a um ritmo 100 vezes mais rápido do que os eventos anteriores de extinção. Para se ter uma ideia, entre 1600 e 1700 foram extintas 22 espécies de animais. Entre 1900 e 2010 esse número subiu para 477. Não fosse a ação do homem, no mesmo período ocorreriam apenas nove. Há vítimas entre todos os tipos de animais, dos rinocerontes aos peixes, dos tigres às tartarugas.

(Da redação)

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