Morre cosmonauta que dirigiu simulação de voo a Marte
O astronauta russo Boris Morukov, líder do projeto Mars 500, que isolou durante 520 dias seis voluntários como se estivessem em viagem a Marte, morreu subitamente em 1º de janeiro, aos 64 anos
Boris Morukov, o médico e astronauta russo que dirigiu o projeto Mars 500, de simulação de voo a Marte, morreu em 1º de janeiro, aos 64 anos, anunciou nesta sexta-feira o Instituto de Patologias Médico-Biológicas (IBMP, na sigla em inglês) de Moscou. A causa da morte não foi divulgada.
“Anunciamos com grande dor que Boris Morukov faleceu subitamente no Ano Novo”, afirmou em seu site o Instituto, onde o russo trabalhava há duas décadas.
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Em 2010, Morukov liderou a experiência na qual uma equipe internacional de seis homens passou 520 dias em isolamento para simular uma viagem de ida e volta ao planeta Marte. A experiência, realizada em colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), permitiu estudar os efeitos da falta de luz diurna e de ar fresco no ser humano, assim como a restrição no contato com outras pessoas que os astronautas sofrerão no dia em que viajarem efetivamente a Marte.
Os voluntários (três russos, um chinês, um ítalo-colombiano e um francês) ficaram isolados em tanques gigantes transformados em naves espaciais no estacionamento do IBMP.
Estudos sobre a falta de gravidade – Morukov havia realizado outras experiências sobre o efeito no longo prazo da falta de gravidade no corpo humano. Em seu projeto mais extremo, iniciado em 1986, um grupo de oito homens passou 370 dias deitado em camas inclinadas para estudar os efeitos em sua massa óssea.
Nascido em Moscou, estudou medicina antes de seguir um treinamento para se tornar especialista em medicina espacial, e outra formação para ser cosmonauta.
Boris Morukov “sempre estará em nosso coração como um cientista de talento, um organizador brilhante e uma pessoa amável e solícita”, acrescentou em seu comunicado o IBMP.
(Com AFP)