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Monsanto considerada responsável por intoxicação de agricultor francês

Por Jean-Philippe Ksiazek
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h46 - Publicado em 13 fev 2012, 12h17

A justiça francesa declarou nesta segunda-feira o grupo americano Monsanto “responsável” pela intoxicação de um agricultor francês em 2004 com um herbicida, o que abre caminho para o pagamento de uma indenização.

“A Monsanto é responsável pelos danos causados a Paul François após a inalação do produto Lasso”, considerou o Tribunal Superior de Lyon, consultado pela AFP.

Consequentemente, o tribunal “condena a Monsanto a indenizar totalmente Pierre François por seu prejuízo”, informou o veredicto, que será avaliado após uma perícia médica no hospital Rothschild de Paris.

No dia 27 de abril de 2004, Paul François, hoje inválido, recebeu no rosto emanações do herbicida produzido pelo gigante da indústria agroquímica ao abrir o contêiner de um pulverizador.

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O agricultor, produtor de cereais, sofreu rapidamente náuseas e outros sintomas (gagueira, vertigem, dores de cabeça, etc) que o obrigaram a interromper suas atividades por quase um ano.

Em maio de 2005, um ano depois de ter inalado o herbicida, análises médicas demonstraram que estavam presentes em seu organismo traços de monoclorobenzeno, um potente solvente que forma parte da composição do Lasso junto com o produto ativo, o anacloro.

Três anos mais tarde, o agricultor, que se tornou um porta-voz das vítimas de pesticidas, fez com que a justiça reconhecesse seus transtornos como doença profissional. Depois disso, abriu um processo contra a Monsanto.

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No dia 12 de dezembro de 2011, o advogado do demandante, François Lafforgue, acusou a Monsanto no tribunal de “ter feito todo o possível para manter o Lasso no mercado” quando a periculosidade do produto havia sido demonstrada nos anos 1980, fazendo com que fosse proibido no Canadá, Inglaterra e Bélgica. Na França, o produto não foi retirado do mercado até 2007.

Segundo Lafforgue, a Monsanto também faltou com sua “obrigação de informação”, ao não detalhar a composição do produto na etiqueta e ao não advertir sobre os riscos de inalação, nem sobre a necessidade de utilizar uma máscara ao manipulá-lo.

Já o advogado da Monsanto, Jean-Philippe Delsart, colocou em dúvida a verdade sobre a intoxicação, alegando que os problemas de saúde só apareceram vários meses depois.

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