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Micróbios causaram maior extinção em massa da Terra, diz estudo

Cientistas do MIT levantam uma nova hipótese para a causa da terceira grande extinção, que ocorreu há cerca de 251 milhões de anos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h13 - Publicado em 2 abr 2014, 16h46

Desde seu surgimento, a Terra passou por cinco períodos de extinção em massa das espécies, sendo o mais famoso o último, que causou o desaparecimento dos dinossauros não voadores, há 65 milhões de anos. A mais catastrófica de todas elas, porém, foi a terceira, que ocorreu há cerca de 252 milhões de anos e varreu quase 90% das espécies do planeta.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Methanogenic burst in the end-Permian carbon cycle

Onde foi divulgada: periódico Pnas

Quem fez: Daniel H. Rothman, Gregory P. Fournier, Katherine L. French, Eric J. Alm, Edward A. Boyle, Changqun Cao e Roger E. Summons

Instituição: Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e outras

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Resultado: Os pesquisadores sugerem que a maior extinção pela qual a Terra já passou, que eliminou quase 90% das espécies, foi causada por micro-organismos produtores de metano, e não erupções vulcânicas, como se acreditava.

As causas desse fenômeno até hoje não foram esclarecidas. Eventos como vulcanismo, aumento da temperatura e falta de oxigênio têm sido apontados pelos pesquisadores, mas um novo estudo concluiu que os reais responsáveis são seres vivos.

Realizado por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), o trabalho indica que um tipo de micróbio produtor de metano, denominado Methanosarcina, foi o causador da extinção em massa. Esse organismo se desenvolveu de forma repentina e se alastrou pelos oceanos, despejando quantidades elevadas de metano na atmosfera, o que modificou o clima e a química das águas – e levou à extinção das espécies.

Evidências mostram um aumento intenso na quantidade de dióxido de carbono nos oceanos na época da extinção. Uma análise genética sugere que o Methanosarcina passou por uma mudança no mesmo período, que o transformou em um grande produtor de metano, a partir da acumulação de dióxido de carbono na água. Sedimentos da época revelam ainda um aumento no depósito de níquel – metal necessário para o crescimento do micro-organismo – que ocorreu simultaneamente

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Crescimento exponencial – Alguns pesquisadores sugeriram que o aumento na quantidade de gases contendo carbono, como dióxido de carbono ou metano, na época da extinção pode ter sido causado por atividade vulcânica, mas os autores do novo estudo calculam que as erupções não seriam suficientes para produzir todo o carbono observado nos sedimentos. Além disso, os cientistas afirmam que as mudanças na quantidade de carbono ao longo do tempo não se encaixam em um modelo vulcânico.

“Uma injeção inicial rápida de dióxido de carbono liberada por um vulcão seria seguida por uma diminuição gradual. Em vez disso, nós observamos o oposto: um aumento rápido e contínuo”, explica Gregory Fournier, pesquisador do MIT e um dos autores do estudo. “Isso indica uma expansão de micróbios.” Segundo o autor, o crescimento de populações de micro-organismos está entre os poucos fatores capazes de aumentar a produção de carbono de forma exponencial – ou até mais rápida.

A análise genética mostrou ainda que o Methanosarcina adquiriu sua habilidade de produzir metano através de uma transferência de genes com outro micróbio. Nas condições adequadas, essa aquisição genética permitiu que o micro-organismo passasse por um crescimento intenso, consumindo rapidamente a reserva orgânica de carbono nos sedimentos oceânicos.

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Segundo os autores, a produção exagerada de metano resultante de todos esses fatores provocou efeitos similares àqueles previstos em modelos de mudanças climáticas: um grande aumento de temperatura, combinado com a acidificação dos oceanos, que afetou também as espécies marinhas.

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