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Médicos vão diagnosticar depressão pela fala e escrita, prevê IBM

Projeção faz parte da lista elaborada pela empresa de cinco inovações tecnológicas de maior impacto para os próximos cinco anos

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 jan 2017, 16h46

A empresa de tecnologia IBM divulgou nesta quinta-feira suas cinco apostas de inovações que terão maior impacto nos próximos cinco anos. A lista, chamada de “IBM 5 em 5” é uma publicação anual baseada em tendências sociais e de mercado e em tecnologias surgidas dos laboratórios de pesquisa da empresa. As estimativas contidas na lista deste ano têm em comum o uso de computadores e sensores para aumentar da capacidade de análise de dados de forma a ajudar seres humanos a tomar as melhores decisões:

Diagnóstico de saúde mental por meio das palavras

Doenças neurológicas, como Alzheimer e Parkinson, e problemas de saúde mental, como depressão e psicose, poderão ser diagnosticados por meio da fala e da escrita. A empresa aposta que a análise de padrões da comunicação de pacientes com o uso de computadores poderá ajudar os médicos em diagnósticos mais precoces.

“Os computadores cognitivos podem analisar a fala de um paciente ou palavras escritas para procurar indicadores encontrados na linguagem, incluindo significado, sintaxe e entonação. Combinar os resultados dessas medições com os dispositivos vestíveis e sistemas de imagem (MRIs e EEGs) pode ajudar a criar um panorama mais completo do indivíduo para os profissionais de saúde, ajudando-os a identificar, compreender e melhor tratar as doenças em questão”, diz o relatório da IBM.

Cientistas da companhia já trabalham com transcrições e áudio de consultas psiquiátricas e com técnicas de aprendizagem de máquinas para encontrar padrões de fala que ajudem os médicos a prever e monitorar precisamente as psicoses, esquizofrenias, manias e depressão. “Hoje, cerca de apenas 300 palavras são suficientes para ajudar os médicos a prever a probabilidade de psicose em um paciente”, diz a empresa.

Aumento da capacidade visual

Tecnologias que permitem que se veja informações que estão além do espectro visível humano, como ondas eletromagnéticas, já existem, mas a avaliação da IBM é que elas são caras e têm uso restrito a poucas aplicações. A aposta da empresa é que, nos próximos anos, a combinação de dispositivos que detectam detalhes invisíveis – ou pouco visíveis – com inteligência artificial ajudaria os seres humanos na tomada de decisões.

“A tecnologia de hiperimagem pode ajudar um carro a ver através de nevoeiro ou chuva, detectar condições de estradas perigosas e difíceis, como gelo escurecido, ou nos informar se há algum objeto próximo, sua distância e tamanho. A tecnologia de computação cognitiva consegue ‘raciocinar’ e reconhecer que poderia ser uma lata de lixo ou um cervo atravessando a estrada, por exemplo, ou um buraco que poderia resultar em um pneu furado”, afirma a IBM.

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Outras aplicações possíveis com essa tecnologia seriam analisar um alimento para ver se ele é seguro para a ingestão e ou se um cheque é legítimo, por exemplo.

As informações serão organizadas com ajuda de um “macroscópio”

Em meio à crescente oferta de dados gerados por sensores e outros dispositivos digitais, uma necessidade que deverá ser atendida nos próximos anos é a organização de grandes quantidades de informação para que conclusões possam ser tiradas. A IBM dá nome ao conceito de sistema com esse fim de “macroscópio”.

“Ao agregar, organizar e analisar dados sobre clima, condições do solo, níveis de água e sua relação com as práticas de irrigação, por exemplo, uma nova geração de agricultores terá insights que os ajudarão a determinar as escolhas corretas. Será possível, por exemplo, saber onde plantar e como produzir ótimo rendimento no plantio enquanto se conserva suprimentos de água”, avalia a empresa.

A IBM estuda desde 2012 protótipos desse tipo de aplicação em uma vinícola comercial na Califórnia.

Laboratórios médicos do tamanho de um chip

A análise de partículas presentes em fluidos corporais como saliva, lágrimas, sangue, urina e suor será feita por meio de minúsculos “laboratórios” contidos em um chip. O rápido avanço da nanotecnologia média fará com que, em pouco tempo, eles possam ser inseridos no organismo e tenham habilidades para fazer o diagnóstico precoce de doenças, informando se precisamos ir ao médico.

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“Esses dados, combinados com demais dados de outros dispositivos habilitados para IoT [internet das coisas, na sigla em inglês], como monitores de sono e relógios inteligentes, seriam analisados por sistemas de IA [inteligência artificial] para gerar insights futuros. Quando tomados em conjunto, esses dados permitirão dar uma visão em profundidade da saúde das pessoas e alertar para os primeiros sinais de problemas, ajudando a parar uma doença antes que ela progrida”, prevê a companhia.

Os cientistas da empresa trabalham atualmente em chips capazes de isolar biopartículas de até 20 nanômetros (cada nanômetro equivale ao milionésimo de um milímetro) de diâmetro – uma escala que dá acesso a DNA, vírus e exossomas (micropartículas produzidas pelas células do corpo).

Monitoramento da poluição por sensores inteligentes

O uso de sensores eletrônicos para detectar poluentes que são invisíveis ao olho humano poderia combater problemas antes que seus efeitos se tornem visíveis. As máquinas trariam a vantagem da detecção precoce e da troca de informações em tempo real entre elas.

“Redes de sensores IoT [internet das coisas] sem fio conectadas à nuvem fornecerão monitoramento contínuo da vasta infraestrutura de gás natural, permitindo que vazamentos sejam encontrados em questão de minutos em vez de semanas, reduzindo a poluição e os resíduos e a probabilidade de eventos catastróficos”

Cientistas da IBM trabalham atualmente em projetos de monitoramento de produtoras de gás natural e em programas de proteção ambiental do governo dos Estados Unidos.

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