Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mancha Vermelha em Júpiter é fonte intensa de calor, diz estudo

Pesquisa publicada na revista 'Nature' soluciona mistério sobre o planeta e pode ajudar a compreender fontes de energia em outros lugares do sistema solar

Por Da redação
Atualizado em 29 jul 2016, 10h56 - Publicado em 28 jul 2016, 21h08

Conhecida por ser a “maior tempestade de todo o sistema solar”, a Grande Mancha Vermelha na superfície de Júpiter é também uma imensa fonte de energia. A temperatura na atmosfera acima dela é centenas de graus mais alta que em qualquer outro lugar do planeta, segundo um novo estudo publicado nesta quarta-feira, 27, na revista Nature. Além de resolver um mistério de pelo menos quatro décadas, a descoberta pode ajudar a compreender fontes de energia de todo o sistema solar.

Leia também:
Missão Juno: Nasa divulga 1.300 fotos de Júpiter
Alinhamento de cinco planetas será visível no céu até setembro

Utilizando telescópios localizados na Terra, cientistas observaram emissões infravermelhas de Júpiter e descobriram que a temperatura na parte superior da atmosfera, acima da Grande Mancha Vermelha, é de aproximadamente de 1.300°C – centenas de graus mais quente que em qualquer outro lugar do planeta.

Os cientistas, liderados por James O’Donoghue, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, afirmam que a tempestade gigante na Grande Mancha Vermelha pode ser a fonte de energia dessa parte excepcionalmente quente da atmosfera joviana. Segundo os autores, a Grande Mancha Vermelha produz dois tipos de ondas turbulentas de energia – ondas gravitacionais e ondas acústicas -, que colidem e aquecem a parte superior da atmosfera.

Os pesquisadores afirmam que a descoberta é a última peça de um quebra-cabeças que tem deixado os cientistas perplexos desde 1973, quando a nave Pioneer 10, da Nasa, sobrevoou Júpiter e fez as primeiras medições de temperatura de sua superfície. Na época, eles concluíram que sua atmosfera é muito mais quente do que o esperado caso o Sol fosse sua única fonte de calor.

Continua após a publicidade

Como Júpiter está cinco vezes mais longe do Sol que a Terra, de acordo com os cálculos dos cientistas, esperava-se que a energia solar que chega ao planeta deixasse a temperatura da parte superior de sua atmosfera em torno de 73°C negativos. Mas a temperatura medida, na época, foi de cerca de 570°C.

“Com o aquecimento solar descartado, nós desenhamos um estudo para mapear a distribuição de calor sobre todo o planeta, para buscar anomalias nas temperaturas que poderiam ajudar a explicar de onde vem essa energia”, disse O’Donoghue.

Os astrônomos mediram a temperatura do planeta observando suas emissões invisíveis de radiação infravermelha. O topo das nuvens que podem ser observadas sobre Júpiter está a cerca de 50 quilômetros de sua superfície. As emissões infravermelhas medidas vinham de uma região 800 quilômetros acima.

“Vimos quase imediatamente que as temperaturas máximas em grandes altitudes estavam justamente sobre a Grande Mancha Vermelha, que gira lá embaixo. Seria uma coincidência, ou uma pista importante?”, disse O’Donoghue.

Continua após a publicidade

Maior tempestade do sistema solar

Resolver o mistério da “crise de energia” em Júpiter tem implicações para todo o Sistema Solar e também para planetas de outros sistemas, segundo os cientistas. Eles afirmam que as temperaturas mais altas do que as esperadas apenas com a radiação solar não ocorrem apenas em Júpiter, mas também em Saturno, Urano, Netuno e provavelmente em todos os planetas gigantes da galáxia.

“A transferência de energia de baixo para o alto da atmosfera já foi simulada em modelos planetários, mas não havia sido sustentada por observações. As temperaturas extremamente altas observadas sobre a tempestade parecem ser a evidência concreta dessa transferência de energia, indicando que o planeta todo pode produzir calor e fornecendo uma explicação plausível para a ‘crise de energia'”, disse O’Donoghue.

A Grande Mancha Vermelha foi descoberta no século 17, depois que Galileu Galilei introduziu na astronomia o uso do telescópio. Com seu padrão de gases coloridos que giram, ela é frequentemente chamada de “furacão perpétuo”.

A tempestade tem variado em tamanho e cores ao longo dos séculos. Com tamanho três vezes maior que o diâmetro da Terra, a Grande Mancha Vermelha tem ventos que levam seis dias para completar uma volta. O próprio planeta Júpiter, com massa 300 vezes maior que a da Terra, também gira incrivelmente rápido, completando uma volta a cada dez horas.

Continua após a publicidade

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.