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Maior acelerador de partículas dos Estados Unidos será aposentado nesta sexta-feira

O Tevatron esteve em atividade durante 25 anos recriando as condições do Big Bang e ficou obsoleto depois da construção do LHC

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h59 - Publicado em 26 set 2011, 17h47

O maior acelerador de partículas dos Estados Unidos, o Tevatron, localizado no estado de Illinois, será fechado nesta sexta feira depois de 25 anos recriando as condições do Big Bang. O Tevatron ficou obsoleto após o aparecimento do Grande Colisor de Hádrons, um acelerador de partículas mais poderoso, o maior do mundo, construído na fronteira franco-suíça, pelo Centro Europeu de Pequisa Nuclear (Cern, na sigla em francês), um consórcio de 20 países.

Por causa da crise econômica, dificilmente os Estados Unidos, que já dominaram a área e colheram os louros de descobertas e inovações tecnológicas, serão capazes de reunir os recursos necessários para construir um substituto mais moderno para o Tevatron.

Por isso, físicos americanos se concentrarão em questões internas mais específicas e menos caras. Também trabalharão em conjunto com o Cern em projetos de alta energia, como a busca pelo Bóson de Higgs, batizada de “partícula de Deus”. “Na nossa área, não damos com a cabeça na parede se somos superados por outra máquina”, declarou Pier Oddone, diretor do Laboratório Nacional Fermi (Fermilab), que opera o Tevatron.

“A ideia é mudarmos para aquelas áreas nas quais podemos fazer as maiores contribuições para o conhecimento”, disse Oddone. “Às vezes, as maiores descobertas vêm de projetos menores”. A aposentadoria do Tevatron ocorre em um momento ruim para a ciência americana. A Nasa lançou seu último ônibus espacial em julho. O financiamento público está diminuindo devido a uma profunda crise econômica e a batalhas orçamentárias no congresso.

Os cientistas do Fermilab dizem não poder prever o que os EUA perderão cedendo o domínio da física de alta energia para a Europa. Já os ganhos obtidos com o Tevatron são muito mais fáceis de quantificar. “O Tevatron deu contribuições fenomenais para a Física de partículas”, explicou o diretor-geral do Cern, Rolf Heuer. “No topo da lista deve aparecer a descoberta do quark top em 1995”, acrescentou.

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Legado – Além de aprofundar nosso conhecimento sobre os mistérios fundamentais do universo, o Tevatron também levou a uma série de avanços concretos. Entre eles está o uso generalizado da geração de imagens por ressonância magnética (MRI, na sigla em inglês) para diagnósticos médicos. Os supercondutores utilizados nos magnetos das máquinas de MRI eram raros e caros demais até que o Fermilab criou uma indústria com o Tevatron, gerando uma demanda de fios de supercondução suficientes para dar a volta na Terra 2,3 vezes.

Atualmente, os cientistas estão construindo uma câmera de energia escura, que será capaz de varrer a galáxia mais rápido do que qualquer outro telescópio. Sua função será descobrir porque a expansão do universo acelera ao invés de recuar. Eles também trabalham na construção do feixe de neutrinos mais poderoso do mundo, que ajudará a explicar porque o universo tem mais matéria do que antimatéria e aprofundar nosso conhecimento sobre suas partículas mais abundantes.

Além disso, existe o projeto do acelerador de prótons mais intenso do mundo, batizado Projeto X. “Estamos em uma posição, aqui nos EUA, de realmente consolidar nosso papel de liderança na elucidação da fronteira de intensidade e o Projeto X realmente nos dará a plataforma para fazê-lo nos próximos 20 ou 30 anos, se recebermos financiamento”, disse Henderson. “Se os EUA não o fizerem, estou certo de que alguém o fará por nós”.

(Com Agência France-Presse)

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