Gene recém-descoberto pode tornar tomates mais resistentes a pragas
Pesquisador identificou um dos genes que formam o açúcar acilado, substância presente em tomates selvagens que protege o fruto de insetos mastigadores
Um professor de bioquímica e de biologia molecular descobriu um gene que pode tornar plantações de tomate mais resistentes a pragas. Anthony Schilmiller, da Universidade do Estado de Michigan, nos Estados Unidos, conseguiu identificar e descrever o primeiro gene que participa da constituição do açúcar acilado, substância que ajuda a proteger o fruto de insetos mastigadores.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Identification of a BAHD acetyltransferase that produces protective acyl sugars in tomato trichomes?
Onde foi divulgada: revista Proceedings of the National Academy of Sciences
Quem fez: Anthony Schilmiller, Amanda Charbonneau e Robert Last
Instituição: Universidade do Estado de Michigan
Resultado: Os pesquisadores conseguiram identificar um gene que participa da síntese do açúcar acilado, produzido pelo tricoma do tomate. A substância, presente em maior quantidade em tomates selvagens, ajuda a proteger o fruto de insetos mastigadores. A descoberta pode ser o primeiro passo para tornar plantações de tomate mais resistentes.
O açúcar acilado está presente no tricoma do tomate, estrutura constituída por pelos microscópicos que envolvem o corpo do fruto e produz uma série de substâncias que o protegem de pragas. O açúcar acilado é bastante encontrado em tomates silvestres, não comestíveis, tornando-os mais resistentes a pestes.
Com a descoberta do gene, Schilmiller quer agora entender como esse componente é produzido, o que pode ser o primeiro passo para aumentar a sua presença em tomates domesticados. Séculos de técnicas de agricultura do fruto teriam feito com que a quantidade de açúcar acilado diminuísse em tomates cultiváveis.
“Os tomates hoje cultivados não têm esse componente em quantidade e qualidade suficiente. Entender como os açúcares acilados são feitos é o primeiro passo para torná-los mais resistentes a insetos mastigadores”, diz Schilmiller. Outros integrantes da família solanaceae, como batatas, pimentas e berinjelas, também podem se beneficiar da descoberta.
Os resultados obtidos pela pesquisa foram publicados nesta segunda-feira na PNAS, periódico da Academia Nacional de Ciências dos EUA.