Garoto inglês encontra fóssil de 320 milhões de anos
Bruno Debattista, de dez anos de idade, levou rocha com marcas de caranguejos-ferradura para atividade do Museu de História Natural de Oxford
Um garoto de dez anos da cidade de Oxford, na Inglaterra, descobriu um fóssil extremamente raro: o registro de pegadas deixadas há cerca de 320 milhões de anos. Bruno Debattista levou uma rocha para uma atividade extraclasse no Museu de História Natural da Universidade de Oxford, e os pesquisadores do museu ficaram maravilhados ao descobrir que, na pedra de xisto, estavam impressas as pegadas de dois caranguejos-ferradura cerca de 100 milhões de anos antes de os dinossauros surgirem.
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CARANGUEJO-FERRADURA
Apesar do nome, o caranguejo-ferradura mais é mais aparentado com os aracnídeos – como a aranha – do que com os caranguejos. A espécie surgiu nos oceanos de águas rasas da Era Paleozoica, centenas de milhões de anos antes do surgimento dos dinossauros. Apesar de ser extremamente antiga, a espécie ainda habita os mares ao redor do planeta. Como mudou pouco durante os últimos 400 milhões de anos, é vista pelos pesquisadores como uma espécie de fóssil vivo.
O menino descobriu a rocha durante suas férias escolares na Cornualha, um condado ao sul do país. De volta às aulas, levou o material para a atividade realizada no museu, que incentiva os alunos a coletarem e discutirem amostras de rochas, fósseis e insetos. Após analisarem o material, os pesquisadores descobriram que as marcas eram pegadas deixadas por dois caranguejos-ferraduras em algum momento do Período Carbonífero, que se estendeu de 327 a 308 milhões de anos atrás.
“As marcas dessa época são incrivelmente raras e extremamente difíceis de encontrar. Por isso ficamos espantados quando Bruno as trouxe para a nossa atividade. Ainda mais impressionante foi o fato de Bruno ter pressentido que as marcas seriam alguma espécie de pegada”, disse Chris Jarvis, organizador da atividade.
O exercício realizado pelo museu tem por objetivo desenvolver o interesse dos jovens pelo mundo natural. “Infelizmente, a empolgação e a motivação que muitas crianças sentem instintivamente para estudar a natureza são perdidas durante sua adolescência, e a ciência passa a ser voltada para os exames. Espero que estejamos ajudando a criar um grupo de crianças que manterão o interesse pela ciência por muitos anos”, disse Chris Jarvis.