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Filhotes que recebem pouca atenção da mãe são melhores cães-guia

Estudo sugere que cachorros têm mais habilidades de resolver problemas e controlar a ansiedade quando são criados pelas mães com independência

Por Da redação
9 ago 2017, 17h06

Tornar-se um cão-guia não é uma tarefa fácil para um filhote. Isso porque ele precisa evitar distrações ao longo dos trajetos que realiza, responder rapidamente a eventos inesperados e desenvolver uma sincronia intensa com seu dono. Um novo estudo, divulgado na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Science, sugere que a maneira que esses filhotes são criados pelas suas mães pode influenciar em habilidades essenciais para desempenhar essas tarefas. Segundo a pesquisa, cachorros que recebem pouca atenção materna têm maior taxa de sucesso em programas de treinamento para cães-guia, pois têm mais autocontrole e facilidade em resolver problemas.

A principal função de um cão-guia é auxiliar no dia a dia de pessoas com deficiência visual, como, por exemplo, acompanhando-as em trajetos e ajudando-as a contornar obstáculos. Isso requer não só inteligência, mas muita confiança e adaptabilidade. Segundo o estudo recém-publicado, 30% dos cachorros não passam no treinamento para se tornarem cães-guia – e o prejuízo é alto, considerando que o curso de formação custa 50 mil dólares (157 mil reais) por animal. Com a nova descoberta, os cientistas acreditam que seria possível reduzir esse prejuízo ao melhorar a seleção de filhotes que ingressam no programa, observando a relação do cachorros com a mãe e escolhendo os que apresentem, desde cedo, as características necessárias.

Para descobrir se existia um indicador inicial de sucesso ou fracasso no treinamento, um grupo de pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, acompanhou, desde o nascimento, 98 filhotes de pastor alemão, labrador e golden retriever que seriam designados a um programa de formação de cães-guia. Durante todo esse tempo, os cientistas observaram a interação entre os filhotes e suas mães. Depois, quando os cachorros atingiram a idade adulta, os pesquisadores aplicaram uma bateria de 11 testes, pontuando os animais de acordo com diferentes habilidades na resolução de problemas e autocontrole. Por fim, eles compararam as pontuações de cada cão com a taxa de sucesso ou falha no treinamento.

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Os resultados apontam que 66 dos 98 candidatos tinham as habilidades e necessárias para ser um bom cão-guia. Esses geralmente tinham uma melhor performance em testes que exigiam a solução de um problema em troca de guloseimas ou pediam que o animal respondesse com latidos à presença de um gato de brinquedo. O que todos eles tinham em comum, segundo os pesquisadores, é que a maioria recebeu pouco afeto da mãe quando filhote.

“A maternidade mais intensa no início da vida foi associada à falha no programa”, escreveram os autores em seu relatório. “Além disso, as mães cujo estilo de criação exigia um maior esforço por filhotes produziram cães mais bem-sucedidos [no treinamento].” Eles descobriram que quanto mais tempo a mãe passava “mimando” sua ninhada, mais provável se tornava de que eles não conseguissem completar o treinamento. Esses comportamentos maternos incluem deitar-se para dar alimento aos filhotes, mais tempo gasto dando atenção a eles e até o ato de lamber e tocar várias vezes os pequenos.

“Esses resultados refletem os resultados [de outros estudos] de roedores e humanos, reafirmando os efeitos duradouros do estilo materno sobre o comportamento dos adultos e as diferenças individuais no temperamento e na cognição”, concluem os pesquisadores.

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