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Ex-capital mundial do amianto no Canadá consegue diversificar sua economia

Por Por Guillaume Lavallee
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h45 - Publicado em 28 fev 2012, 14h55

O simbolismo é forte: um centro de pesquisas especializado em “química verde” ocupa a sede central de uma antiga mina situada no sudeste do Canadá, um indício de que a antiga capital mundial do amianto conseguiu diversificar sua economia.

“Começamos, um amigo e eu, em um local com duas mesas de escritório, sem computador”, lembrou David Berthiaume, de 36 anos, chefe do Oleotek, um instituto de pesquisas dedicado ao desenvolvimento de produtos industriais a partir de óleo vegetal e gorduras animais, ao invés de derivados de petróleo.

O centro, que durante dez anos ocupou a área de um colégio local, mudou-se para espaçosas instalações ao lado de uma antiga mina de amianto em Thetford Mines, uma das duas cidades canadenses, ao lado de Asbestos, também no sudeste do país (província de Quebec), que prosperaram no passado graças à extração do controverso mineral, proibido em 2005 na Europa por causar câncer.

Há 25 anos, a indústria do amianto, produto cancerígeno utilizado no setor da construção civil por sua resistência ao calor e ao fogo, tem caído, forçando as autoridades de Thetford Mines, cidade de 25.700 habitantes situada 240 km ao leste de Montreal, a adaptar seu modelo econômico.

“Houve uma reflexão local. Dissemos: além do amianto, há algo que possamos desenvolver aqui?”, explicou Berthiaume, cujo centro de pesquisas deu origem desde então a uma primeira nova empresa, a Innoltek.

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Fábricas, empresas de transporte, projetos turísticos, investimentos em energia eólica, novas lojas e serviços, centros de pesquisa: a diversificação econômica desta cidade, antigamente monoindustrial e salpicada de crateras e imensas montanhas de detritos de mineração cobertos de neve, avançou muito.

“Em 20 anos foram criados 1.000 empregos mais do que os que se perderam, mas não são os mesmos salários”, resumiu Luc Berthold, prefeito de Thetford Mines, onde nos anos 1970 o salário médio era um dos mais elevados do Canadá pois a arriscada profissão de mineiro era bem paga.

“Todos os que trabalhavam no setor de mineração tinham uma formação, fosse de mecânico, soldador, etc. Foi um bom lugar para a criação de novas empresas porque havia mão-de-obra especializada”, explica Luc Rémillard, presidente da agência local de desenvolvimento econômico.

Não há estatísticas públicas sobre a taxa de desemprego da cidade, mas a da região de Chaudières-Appalaches, que abarca Thetford Mines, é de 5,7%, segundo o Instituto Quebequense de Estatística. “Temos uma média regional muito boa”, destacou Rémillard.

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Pela primeira vez em 130 anos, o Canadá não produz amianto. A mina Jeffrey, em Asbestos, está atualmente fechada, mas poderá receber em pouco tempo uma garantia de empréstimo de 58 milhões de dólares do governo de Quebec que lhe permitiria retomar suas atividades na primavera.

Após um incidente, a empresa Lab Chrysotile fechou, em outubro, sua mina “Lac d’amiante” (Lago de amianto), perto de Thetford Mines, abrigou-se na lei de falências recentemente e procura um novo investidor para relançar suas operações.

E apesar do êxito da diversificação econômica, as autoridades de Thetford Mines querem obsessivamente relançar a Lac d’Amiante, que empregava 350 pessoas.

“Substituir 350 empregos por pequenas e médias empresas leva tempo. A via mais fácil para manter a nossa economia ativa é salvaguardar as operações mineradoras”, destacou o prefeito.

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“Não tenho uma receita milagrosa. Há cinco anos buscamos uma grande empresa para criar de 350 a 400 postos de trabalho aqui e isto não é abundante”, disse.

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