Empresa americana pode fazer o primeiro pouso comercial na Lua

A startup Moon Express recebeu a aprovação dos Estados Unidos para enviar uma sonda à superfície lunar até fim de 2017

Por Da redação
3 ago 2016, 17h50

Vista da superlua cheia na noite desta segunda-feira (8), na cidade de São Paulo, SP. O fenômeno astronômico da superlua acontece quando a lua cheia se dá no momento da maior aproximação entre a lua e a terra. Durante a superlua, o satélite do nosso planeta parece ser 14% maior e 30% mais brilhante do que normalmente — A Moon Express foi fundada em 2010 com o objetivo de explorar comercialmente os recursos da Lua, com estratégias como a extração de minérios. (André Lucas Almeida/Futura Press/Futura Press)

A startup americana Moon Express pode ser a primeira empresa privada a pousar na Lua, em 2017. A companhia anunciou nesta quarta-feira que recebeu a aprovação da Agência Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos para uma missão lunar. É a primeira empresa não-governamental a receber o aval.

“Com essa decisão histórica, a Moon Express se torna a primeira companhia privada americana a, literalmente, sair desse mundo como uma pioneira em missões espaciais comerciais para além da órbita da Terra”, afirmou a startup em um comunicado em seu site.

A empresa, com base na Flórida, recebeu a aprovação para enviar uma sonda com capacidade de pousar na Lua e se reposicionar com pequenos “saltos”, informou a FAA.

Exploração lunar

Os Estados Unidos, a antiga União Soviética e a China foram os únicos a pousar, com sucesso, no satélite. Segundo um tratado internacional, que regula a exploração do espaço e foi adotado pela Organização das Nações Unidas em 1967, entidades não governamentais devem receber autorização de órgãos federais para ir ao espaço e precisam ser supervisionadas. Contudo, ainda não existem leis que regulem missões comerciais para outro planeta. Autoridades internacionais estão elaborando uma legislação permanente, mas ela não deve ficar pronta até 2017, data-limite para a empresa pousar a sonda na Lua.

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Assim, o FAA ficou responsável pela análise da missão e decidiu autorizá-la, afirmando que “o lançamento da sonda não traz riscos para a saúde pública, para a segurança de pessoas e suas propriedades, para os interesses nacionais e de política externa, e para as obrigações internacionais”, segundo comunicado da FAA.

Até o momento, companhias privadas lançaram satélites ou entregaram carga no espaço – sempre acompanhadas por agências espaciais nacionais. A Moon Express, contudo, foi fundada em 2010 com o objetivo de explorar comercialmente os recursos da Lua. A missão que irá para o espaço, batizada de MX-1E, tem a intenção de lançar as bases de um novo setor industrial, o de mineração lunar, que pretende extrair substâncias como platina e hélio-3. Ainda não se sabe, entretanto, se isso será tecnicamente possível e legalmente permitido.

“Viagens ao espaço são o único caminho para assegurar nossa sobrevivência e criar um futuro sem limites para nossas crianças”, afirmou Naveen Jain, um dos fundadores da Moon Express em um comunicado no site da empresa.

Prêmio Lunar

Com a autorização, a Moon Express se torna a favorita para ganhar o Google X Lunar Prize, um concurso com o objetivo de incentivar empresas privadas a enviar sondas à Lua. Há 16 concorrentes ao prêmio de 20 milhões de dólares, que será concedido à empresa que alcançar a meta até 2017.