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DNA revela miscigenação entre agricultores e caçadores da Idade da Pedra

Por Stefan Kiefer
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h38 - Publicado em 26 abr 2012, 17h28

Uma análise de DNA de quatro humanos da Idade da Pedra, publicada nesta quinta-feira, revela como fazendeiros provavelmente migraram para o norte da Europa a partir do Mediterrâneo e acabaram se misturando com caçadores-coletores.

O estudo, realizado por uma equipe sueco-dinamarquesa e publicado na revista científica americana Science, lança luz sobre um capítulo muito discutido da história humana: Como a agricultura se disseminou do Oriente Médio para a Europa?

Os cientistas acreditam que a agricultura tenha se originado no Oriente Médio por volta de 11.000 anos atrás e alcançou a maior parte da Europa continental há cerca de 5.000 anos.

As últimas descobertas sugerem que técnicas de plantio foram introduzidas por populações do sul que viviam na região do Mediterrâneo e levaram seu conhecimento para os caçadores-coletores do norte.

Os cientistas chegaram a esta conclusão após o uso de análise avançada de DNA em quatro restos mortais da Idade da Pedra na Suécia – um fazendeiro e três caçadores-coletores – de cinco mil anos atrás.

Os estudiosos conseguiram diferenciá-los, em parte, pela forma como os restos foram sepultados: o fazendeiro em uma tumba elevada de pedra megalítica e os caçadores coletores, em covas rasas.

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“Nós analisamos dados genéticos de duas diferentes culturas, uma de caçadores-coletores e outra de fazendeiros, que coexistiram mais ou menos na mesma época, a menos de 400 km de distância uma da outra”, explicou o autor do estudo, Pontus Skoglund.

“Após comparar nossos dados com os de populações de humanos modernos da Europa, nós descobrimos que os caçadores-coletores da Idade da Pedra estavam fora da variação genética das populações modernas, porém mais próximos dos indivíduos finlandeses, e que o fazendeiro que analisamos combinava estreitamente com as populações mediterrâneas”, acrescentou.

Este dado produz a imagem de uma migração de culturas de fazendeiros que levaram seus plantios e expertise de semeadura e acabaram se misturando aos locais, ensinando-os como cultivar a própria comida.

“O perfil genético do fazendeiro da Idade da Pedra combinava com o de pessoas que atualmente vivem nas adjacências do Mediterrâneo, em Chipre, por exemplo”, explicou Skoglund, estudante da Universidade de Uppsala, na Suécia.

“Os resultados sugerem que a agricultura se espalhou pela Europa, em conjunto com uma migração das pessoas”, acrescentou Skoglund.

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“Se a agricultura tivesse se disseminado exclusivamente como processo cultural, não esperaríamos ver um fazendeiro no norte com tal afinidade genética com as populações do sul”, emendou.

O co-autor da pesquisa, Mattias Jakobsson, também da Universidade de Uppsala, disse que os dois grupos “tinham heranças genéticas totalmente diferentes e viveram lado a lado por mais de mil anos até finalmente se miscigenarem”.

O resultado é a população europeia moderna, que mostra fortes influências genéticas dos fazendeiros imigrantes da Idade da Pedra, embora alguns genes de caçadores-coletores tenham permanecido, afirmaram os cientistas.

O estudo foi financiado pelo Conselho Nacional Dinamarquês de Pesquisa, pela Academia Real de Ciências Sueca e pelo Conselho de Pesquisas Sueco, assim como por instituições privadas.

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