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Câmaras secretas na tumba de Tutancâmon são postas em dúvida

Em conferência no último fim de semana, especialistas decidiram que são necessários mais indícios para afirmar que há uma câmara secreta no túmulo do faraó

Por Da redação
Atualizado em 12 Maio 2016, 09h32 - Publicado em 12 Maio 2016, 09h17

As câmaras secretas da tumba do Rei Tutancâmon, teoria estudada pelo pesquisador britânico Nicholas Reeves, foram postas em dúvida. Alguns dos maiores especialistas em Egito Antigo concluíram em uma conferência no último fim de semana que não há evidências científicas contundentes para afirmar que há câmaras secretas na tumba de Tutancâmon. Após novas medições de radares feitas por uma equipe organizada pela National Geographic não acharem as mesmas evidências que as varreduras realizadas pelo especialista japonês Hirokatsu Watanabe, o ministério de Antiguidades decidiu ser mais cauteloso.

Reunidos no segundo encontro anual do Grande Museu Egípcio, no Cairo, os cientistas discutiram diversos assuntos relativos a artefatos e adereços ligados ao faraó – mas nenhum tema causou debates tão acalorados quanto o das últimas descobertas no túmulo de Tutancâmon. O ministro de Antiguidades egípcio, Kaled el Enani, afirmou que um comitê será formado para decidir quais os próximos passos da investigação, que utilizarão métodos tecnológicos e não invasivos.  “Até agora, não temos um resultado conclusivo”, declarou el Enani. “Essa é minha mensagem – a ciência vai falar.”

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Passagem secreta – Kaled el Enani assumiu o ministério em abril, após Mamud al Damati, o último responsável pelo posto, afirmar, cinco meses antes, que tinha 90% de certeza da existência de duas câmaras secretas no mausoléu de Tutancâmon.

A declaração foi feita no início das investigações, no Egito, sobre a teoria do arqueólogo britânico Nicholas Reeves de que a tumba de Tutancâmon guarda passagens secretas onde podem estar os restos mortais da rainha egípcia Nefertiti, que jamais foram localizados.

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Em um artigo publicado no final de julho de 2015, Reeves afirmou que, ao analisar imagens em 3D de alta resolução do complexo mortuário, notou que elas podem abrigar duas câmaras secretas que foram fechadas e camufladas. Uma delas guardaria a múmia de Nefertiti e a outra seria uma sala de armazenamento. O cientista afirma que existem alguns indícios da construção (como a morfologia da câmara de Tutancâmon, que inclui um corredor em forma de “L” com uma curva para a direita, o que “normalmente é utilizado nas tumbas das rainhas”) e inscrições localizadas nas paredes norte e oeste da câmara, que indicam a existência de portas.

No fim do ano passado, com o apoio das autoridades egípcias, Reeves começou as investigações no Egito. Exames termográficos e físicos das paredes mostraram a existência de inscrições que pareciam confirmar as ideias do arqueólogo e o ministro al Damati chegou a afirmar algumas vezes que tinha poucas dúvidas sobre as câmaras, mas não poderia estar certo de quem – ou o quê – estaria nessas passagens.

Em março deste ano, um minucioso exame das paredes do túmulo feito pelo especialista japonês em radares, Hirokatsu Watanabe, revelou indícios de que, por trás de duas paredes da cripta pode existir metal ou material orgânico. Os especialistas em Egito Antigo, inicialmente céticos sobre a tese de Reeves, tornaram-se mais receptivos após os exames por radar. Mas, no fim de março, outro time de especialistas em radares, organizados pela National Geographic, tentou replicar os achados de Watanabe, sem sucesso.

Essa segunda varredura foi feita pelo engenheiro americano Eric Berkenpas, que enviou seus dados para especialistas nos Estados Unidos e no Egito. Nenhum deles foi capaz de encontrar as mesmas evidências que Watanabe.

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Próximos passos – Durante a conferência do último fim de semana, o arqueólogo Zahi Hawas, ex-ministro de Antiguidades do país, afirmou que, em toda a sua carreira, jamais se deparou com qualquer descoberta no Egito por meio de varreduras de radar. E acusou al Damati de tentar perfurar a câmara de Tutancâmon, secretamente, para infiltrar nas supostas passagens uma câmara de fibra ótica – acusação que al Damati negou com veemência.

Para eliminar as dúvidas – antes de fazer qualquer escavação nas paredes de um dos túmulos mais bem preservados do Egito – o atual ministro de Antiguidades egípcio, el Enani, decidiu não tomar nenhuma decisão antes de estar “100% certo de que haja qualquer passagem por trás das paredes”.

O arqueólogo Nicholas Reeves continua firme em sua teoria de que há algo no túmulo de Tutancâmon. “Estou procurando evidências que digam que minha leitura inicial estava equivocada. Mas ainda não as encontrei. Em vez disso, descubro mais e mais indicadores de que há algo extraordinário no túmulo de Tutancâmon”, afirmou o cientista à agência Associated Press.

 

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