Descoberta de novos fósseis põe em dúvida origem dos macacos do Novo Mundo
Segundo pesquisa, animais viveram na América do Sul muito tempo antes do que se pensava e podem ter tido ascendência africana
Os macacos do Novo Mundo, cuja origem sempre foi misteriosa, viveram na América do Sul milhões de anos antes do que se pensava e podem ter tido ascendência africana, segundo um estudo divulgado na quarta-feira pela revista Nature.
Esses macacos estão na ordem dos platirrinos e incluem espécies como saguis, micos, bugios, macacos-aranha e macacos-barrigudos. Antes da pesquisa, seus registros fósseis mais antigos, de 26 milhões de anos, haviam sido encontrados na região onde atualmente fica a Bolívia. No novo estudo, os cientistas encontraram na Amazônia peruana dentes fósseis que aparentemente são 10 milhões de anos mais antigos do que se imaginava e que pertencem a uma nova espécie de primatas pequenos, denominada Perupithecus Ucayaliensis.
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Os exemplares descritos no estudo têm dentes parecidos com os dos primatas africanos do período Eoceno, segunda época da era Cenozoica, entre cerca de 55 milhões de anos e 36 milhões de anos atrás. Os dentes encontrados não apresentam muitas semelhanças com os dos primatas sul-americanos, extintos ou não. A descoberta sugere que esses símios sul-americanos se originaram na África, mas os pesquisadores afirmaram que mais amostras são necessárias para que essa hipótese seja confirmada.
(Com Agência EFE)