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Datas: o grande voo para a humanidade

A nova façanha da Nasa em Marte e a morte do repórter fotográfico Maurilo Clareto

Por Da Redação 22 abr 2021, 20h05

Apesar dos recentes avanços da tecnologia de cápsulas e foguetes, é improvável que o homem pise em Marte antes de 2030. Isso não impede, porém, que a Nasa continue a realizar admiráveis façanhas na superfície do planeta vermelho. Desta vez, a agência espacial americana fez decolar e pousar o Ingenuity, um pequeno helicóptero de 85 milhões de dólares embarcado no rover Perseverance, que chegou ao planeta em 18 de fevereiro com a missão de encontrar vestígios de forma de vida. O Ingenuity é o primeiro aparelho fabricado pelo homem a fazer um voo controlado em um mundo alienígena, feito histórico que abre caminho para novas formas de exploração aeroespacial remota.

O grande passo para a humanidade ocorreu às 4h34 (horário de Brasília), na madrugada de segunda, 19 de abril, mas as imagens geradas pelo Perseverance só chegaram aos monitores da Terra mais de três horas depois. Com massa de 1,8 quilo e apenas 48 centímetros dos pés à cabeça, o robô de duas hélices levitou por 39 segundos na rarefeita atmosfera, atingindo 3 metros de altura. Como Marte está a 290 milhões de quilômetros de distância, o Ingenuity não é pilotado em tempo real. Em vez disso, ele recebe comandos pré-programados pelos engenheiros. Nos próximos dias, o helicóptero irá mais longe, registrando imagens inéditas do horizonte ocre.

Um olhar para o Brasil

JORNALISMO - O fotógrafo e seu trabalho mais conhecido: sensibilidade para mostrar a face triste do país -
JORNALISMO - O fotógrafo e seu trabalho mais conhecido: sensibilidade para mostrar a face triste do país – (Maurilo Clareto/Estadão Conteúdo; Arquivo Pessoal/.)

O repórter fotográfico Maurilo Clareto, o Lilo, tinha um duplo olhar para a vida: era capaz de apontar as lentes para registrar e denunciar as inaceitáveis desigualdades do Brasil e simultaneamente sorrir, com divertidos relatos de suas experiências profissionais. Era um sujeito leve e adorável na lida com o cotidiano pesado e abjeto. Um de seus trabalhos mais conhecidos é a foto, feita em 1992 para o Grupo Estado, de um menino que simultaneamente cheira cola, fuma um cigarro e leva uma chupeta à boca. A imagem, reproduzida desde então com frequência, foi resultado da sensibilidade de Lilo — ele tinha sido designado para acompanhar uma banal história cotidiana em São Paulo, sem muita relevância. No caminho, notou a tristeza do garoto abandonado e o que ele poderia revelar sobre o descompasso do país. Ao retornar à redação, com a modéstia dos competentes e a voz pausada do mineiro nascido em Passos, chamou a atenção dos editores: “Deem uma olhadinha nisso aqui, pode ser forte”, alertou Lilo. Era.

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Em 2017, depois de extensa carreira no Estadão e na revista Época, ele se mudou para Altamira, no Pará — queria estar perto dos problemas amazônicos. Ali voltou a se casar e teve uma filha, hoje com 2 anos. Morreu em 21 de abril, de complicações da Covid-19, em São Paulo, aos 61 anos.

Publicado em VEJA de 28 de abril de 2021, edição nº 2735

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