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Congresso americano investiga manipulação de dados para “provar” o aquecimento global

Agência federal americana teria omitido informações e escolhido estações de medição para chegar à conclusão de que temperaturas seguem em alta

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h00 - Publicado em 4 nov 2015, 20h09

O Comitê de Ciência e Tecnologia do Congresso dos Estados Unidos abriu um painel para investigar se pesquisadores da agência oficial encarregada dos estudos sobre o clima manipularam dados para chegar à conclusão de que a temperatura da atmosfera continua subindo, contrariando outras pesquisas recentes nas quais foi identificada uma estabilização no chamado aquecimento global.

Lamar Smith, congressista republicano e chefe do comitê, quer averiguar se os técnicos da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) omitiram informações e escolheram dados de maneira deliberada, em vez de trabalhar com isenção científica absoluta.

Outros estudos climáticos realizados nos últimos quinze anos, citados inclusive pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), apontam para uma pausa no fenômeno de aquecimento do planeta. Tais estudos são frequentemente usados por Smith para criticar as políticas de Barack Obama para reduzir a emissão de gás de estufa.

A controvérsia diz respeito a um artigo produzido por um time do NOAA e publicado em junho pela revista Science. Nele, os autores argumentam que o aquecimento prosseguiu nos últimos quinze anos de maneira tão intensa quanto à observada no século passado. Mas existe a suspeita de que algumas estimativas foram aplicadas sem a consideração da margem de erro. Além disso, as boias de coleta de dados teriam sido criteriosamente escolhidas para fabricar o resultado esperado.

Além da contestação científica dos dados, a investigação do Congresso pretende questionar a politização da discussão técnica sobre o clima. Estudos recentes, feitos com a ajuda inclusive de psicólogos, indicam que, frequentemente, as conclusões de pesquisas alarmistas sobre o clima são diretamente influenciadas pelo próprio alarmismo de leigos vocalizado diariamente pela imprensa mundial. É como querer comprovar o que se deseja, no lugar de concluir cientificamente a partir de dados colhidos da maneira o mais isenta possível.

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Se confirmada, a suposta manipulação de dados pela NOAA seria uma das mais graves da história da climatologia. A última, de 2009, foi descoberta depois do vazamento de e-mails de pesquisadores do IPCC. Phil Jones, então um respeitado cientista da entidade, dizia que havia aplicado um modelo de cálculo que “escondia o declínio” das temperaturas globais. Os estudos produzidos pelo IPCC apontavam também para o aumento do aquecimento global e faziam uma relação direta do fenômeno com as ações do homem. Na época, Jones foi a público para se retratar e reconheceu que não havia nenhum indicador concreto de que o globo estava esquentando de forma relevante desde 1995.

Não se pode ignorar que as emissões de dióxido de carbono aumentaram por causa da queima dos combustíveis fósseis, nem que a ação humana afeta o ambiente. No entanto, não é possível ainda ter certeza sobre quais são as reais dimensões das consequências desse fenômeno nas temperaturas do planeta. O papel fundamental de órgãos como o IPCC e a NOAA é estudar os dados técnicos e tratar as considerações de maneira isolada à da opinião pública ou das correntes ideológicas já existentes para dar respostas contundentes a essas incertezas.

(Da redação)

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