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Complexo sistema hidráulico é descoberto debaixo de pirâmide maia

Os túneis construídos no século VII estão sob o Templo das Inscrições, em Palenque, no México, e levariam o imperador Pacal II ao mundo dos mortos

Por Da redação
27 jul 2016, 18h39

Arqueólogos descobriram nesta semana um aqueduto que passa debaixo do Templo das Inscrições, local que abriga a tumba do antigo imperador maia K’nich Janaab’ Pakal, conhecido como Pacal II, na cidade de Palenque, no México. O arqueólogo Arnolfo González Cruz, que dirige as escavações, informou que o sistema hidráulico debaixo da pirâmide possivelmente representa o sinuoso caminho para chegar ao mundo dos mortos.

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De acordo com Cruz, o Templo das Inscrições foi construído entre 683 a 702 a.C. no topo de uma nascente. Os túneis, feitos de pedras, conduzem a água sob a tumba para a esplanada exterior, levando metaforicamente a alma de Pacal II para o mundo dos mortos. Quando o imperador foi sepultado, uma gravura indicava que, para ser recebido nessa esfera, era necessário submergir na água – o que pode explicar a existência da rede hidráulica.

“A presença desses canais é bastante importante e bastante significativa”, disse Cruz.

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Achado

A descoberta teve um toque do acaso: os arqueólogos detectaram uma rachadura embaixo da pirâmide e pensaram que poderia ser uma falha geológica, colocando em risco a construção. Através de câmeras introduzidas no subsolo, eles descobriram o aqueduto construído com grandes pedras talhadas, unidas com argila, que estão cobertas por outras pedras maiores que servem como teto. O sistema tem aproximadamente 60 centímetros de largura e altura.

Segundo as autoridades do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, esta complexa rede de canais colocados em diferentes direções e níveis debaixo da pirâmide foi desenhada muito antes do próprio templo. Segundo Cruz, ainda corria água pelo canal no momento da descoberta, indicando que ela pode vir de um manancial.

Os pesquisadores garantem que há evidências de que a cidade foi construída a partir da nascente, escolhida para que descansassem sobre ela os restos do governante, que foi quem projetou o plano arquitetônico – que seria terminado pelo seu filho após sua morte, no século VII, segundo Cruz. “Existe ali um sentido alegórico para a água. É onde o ciclo de vida começa e termina”, afirmou o arqueólogo.

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O pesquisador não descartou, porém, que se tratasse de uma drenagem ou um canal de alimentação, como outros que existem na antiga cidade do estado de Chiapas e que levavam a água às zonas residenciais. Mesmo assim, a descoberta poderia alterar muitas das hipóteses originais formuladas pelo arqueólogo Alberto Ruz, que encontrou a câmara funerária de Pacal II em 1952, afirmam especialistas.

“Devemos considerar que os antigos palenquianos podem ter projetado tal sistema hidráulico para reproduzir metaforicamente o caminho que conduzisse K’nich Janaab’ Pakal para as águas do submundo,” disse Cruz.

(Com AFP)

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