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Como funciona o laboratório especializado em clonar cães

Procedimentos na Coreia do Sul podem ajudar pesquisa de doenças humanas

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h03 - Publicado em 21 ago 2011, 16h51

Fora do laboratório liderado pelo professor Lee Byeong-chun na Universidade Nacional de Seul é possível escutar os latidos dos únicos cachorros clonados do mundo, um marco na replicação animal. O grupo de cientistas sul-coreanos conseguiu clonar cães geneticamente modificados e com propriedades fluorescentes que podem ajudar a curar doenças humanas e dar um passo à frente nas pesquisas médicas. A faculdade de Veterinária da universidade atraiu todos os olhares da comunidade científica mundial em 2005, quando o cientista Hwang Woo-souk clonou um cão pela primeira vez: Snuppy, um galgo que até hoje vive no laboratório. Anos depois, Woo-souk caiu em descrédito, ao reconhecer que tinha falsificado dados de pesquisas sobre células-tronco de embriões humanos clonados. Agora, o laboratório mudou o enfoque de suas pesquisas e se concentra na clonagem de cachorros, uma linha de trabalho que se mostrou válida e longe de qualquer dúvida. A última conquista da equipe de trabalho do professor Lee é a criação de um beagle, nascido em 2009, que revela propriedades fluorescentes ao ingerir um antibiótico que ativa sua pele lumínica, adquirida por manipulação genética. O cachorro se chama Tagon e, sob luz ultravioleta e um filtro especial, mostra uma característica única em sua espécie: reflete um forte sinal verde que pode ser de utilidade para estudar curas para as doenças. Segundo explicou Lee à Agência Efe, é possível aplicar um procedimento similar em doenças humanas, de modo que, ao tomar um remédio indutor, se ativem funções genéticas quando se desejar, como uma intersecção. O mesmo princípio inspirou a criação de Ruppy, outro beagle, cujo DNA sintetiza uma proteína que faz com que seus tecidos sejam de uma cor vermelha, que por sua vez fica fluorescente sob a luz ultravioleta. A cor vermelha de Ruppy serve para demonstrar que a inserção genética funcionou “como um marcador”, detalha Lee em seu escritório, rodeado por cachorros de pelúcia. O professor argumenta que a seleção de cachorros como objeto de estudo se deve a que compartilham mais de 269 genes de doenças com os humanos, por isso que podem servir de modelo de pesquisa para doenças como o Parkinson. No entanto, estes experimentos tropeçam com a grande dificuldade de clonar um cachorro: muito maior e mais cara que o processo necessário para um rato ou uma ovelha, como a pioneira Dolly. O laboratório conseguiu ter seu trabalho reconhecido em reportagens internacionais quando abordaram uma parte lucrativa da pesquisa: a venda de clones de cachorros mortos a seus tristes donos. Tal negócio é realizado através da empresa privada RNL Bio, que pode chegar a cobrar mais de 100 000 dólares por filhote. Vantagem – Além disso, Lee e sua equipe conseguiram com sucesso clonar espécies em extinção como o lobo coreano ou criar uma linha de cachorros com o melhor olfato para as alfândegas ou mesmo para detectar tumores. Begoña Roibas, uma espanhola que chegou ao centro no início de 2010, trabalha na clonagem de vacas transgênicas que produzem uma proteína em seu leite relacionada ao sistema imunológico. Begoña, de 28 anos, compartilha os laboratórios com mais 20 pesquisadores, todos eles sul-coreanos, e se dedica a inserir códigos genéticos em complexas sequências de DNA que posteriormente são introduzidas nas células para a clonagem.Na opinião da pesquisadora, a vantagem da Coreia do Sul em relação à Espanha é o volume de financiamento dedicado a estes projetos, destinados a abrir caminho entre os maiores centros de pesquisa mundial. (Com EFE)

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