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Comidas produzidas com ar, água e sol já são realidade na Europa

VEJA visitou a fábrica da Solar Foods, na Finlândia

Por Duda Monteiro de Barros, da Finlândia
Atualizado em 9 out 2024, 23h07 - Publicado em 9 out 2024, 15h47

A cidade de Vantaa, na grande Helsinque, é conhecida por abrigar indústrias do ramo de sustentabilidade, mas uma em especial se destaca pelo projeto audacioso. À frente de uma possível revolução alimentar está a Solar Foods, empresa que produz uma proteína que não é nem de origem animal e tampouco vem das plantas. A soleína é feita, a grosso modo, com ar, água e eletricidade.

Funciona assim: através de um processo em que microrganismos “comem” dióxido de carbono (CO₂) do ar e recebem energia de eletricidade renovável (como a solar), eles produzem uma substância que é transformada em um pó rico em proteínas. E esse pó pode ser usado para preparar praticamente qualquer tipo de alimento, substituindo fontes proteicas como carne, ovos e laticínios. “Por causa da vaca e do mau uso da terra, temos problemas com gases de efeito estufa. A soleína é uma alternativa sustentável e nutritiva”, disse o CEO Pasi Vainikka. Atualmente, cerca de 25% da emissão de gases tóxicos no mundo vêm da agricultura e da pecuária.

Pasi Vainikka na Fábrica 01 da Solar Foods
Pasi Vainikka na Fábrica 01 da Solar Foods (Duda Monteiro de Barros/VEJA)

VEJA foi à fábrica da empresa conferir o resultado dessa invenção que parece parte de um cenário futurista. A aparência dos pratos feitos com a soleína é absolutamente normal. A proteína revolucionária não tem cheiro ou sabor e por isso pode ser adicionada em massas, pastas e até sobremesas. O cardápio do dia na Solar Foods foi risoto de cogumelos, seguido de um sorvete gourmet. Em ambos, a presença da soleína é imperceptível.

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Sorvete feito com soleína
Sorvete feito com soleína (Duda Monteiro de Barros/VEJA)

No primeiro semestre deste ano, Cingapura se tornou o primeiro país a aprovar alimentos feitos com a nova tecnologia. O processo também está em andamento nos Estados Unidos e na União Europeia. 

Fábrica 01 Solar Foods
Fábrica 01 Solar Foods (Duda Monteiro de Barros/VEJA)

 

 

 

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