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Cometa Siding Spring passa ‘raspando’ por Marte no domingo

É a primeira vez que um objeto como este poderá ser visto e estudado de tão perto, por meio das sondas que orbitam o planeta vermelho

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h09 - Publicado em 17 out 2014, 15h02

Neste domingo, um cometa passará a cerca de 140.000 quilômetros de Marte, menos da metade da distância entre a Terra e a Lua. Essa aproximação é dez vezes menor do que a de qualquer cometa já identificado que tenha passado pela Terra. Por essa razão, a passagem de “raspão” do cometa C/2013 A1, conhecido como Siding Spring, pelo planeta vermelho vai permitir uma observação inédita deste tipo de corpo celeste.

A visão privilegiada vai ser das sondas que orbitam Marte e dos robôs que andam sobre ele, como o Curiosity.”É um fato inédito, e é uma sorte a nossa que isso aconteça em Marte, onde existem diversas sondas para registrar o momento”, afirma Gustavo Rojas, astrofísico da Universidade Federal de São Carlos. Segundo o pesquisador, há expectativa a passagem do Siding Spring ajude a testar a hipótese de que material orgânico, ingrediente básico para o surgimento da vida, tenha surgido em regiões muito afastadas do Sistema Solar e chegado à Terra na carona de cometas e asteroides.

Riscos – A passagem tão próxima deste cometa também foi motivo de preocupação. Cientistas da Nasa precisaram desenvolver um plano para que as sondas que orbitam o planeta – Maven, Odyssey e MRO – não corressem riscos. O problema maior não era a chance de uma colisão direta com o cometa, mas sim a nuvem de gás e poeira que ele libera em sua passagem – que forma sua cauda. Mesmo partículas muito pequenas, de meio milímetro, podem danificar um equipamento viajando a uma velocidade de 56 quilômetros por segundo. A aproximação máxima deve ocorrer às 15h27 do horário de Brasília, no dia 19 de outubro.

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A solução encontrada foi esconder as sondas atrás de Marte. “É como entrar embaixo da mesa quando tem um terremoto acontecendo, com pedaços de vidro sendo jogados por todo o lado”, compara Rob Lock, pesquisador do Jet Propulsion Laboratory da Nasa, na Califórnia. Já os robôs Curiosity e Opportunity, que estudam a superfície do planeta estarão protegidos pela atmosfera de Marte.

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O Siding Spring não é um cometa muito brilhante. Atualmente ele está com 10 pontos na escala de magnitude, na qual quanto menor o número, maior o brilho. Para efeito de comparação, o planeta Vênus, o mais brilhante do Sistema Solar, tem -4,8 nessa escala. “Ele só poderá ser visto por telescópios de pelo menos 20 centímetros de abertura, e ainda assim vai aparecer como uma mancha muito pequena, diferente de como as pessoas costumam imaginar um cometa”, explica Rojas.

Origem – Este cometa vem da Nuvem de Oort, uma região repleta de objetos que, acreditam os cientistas, são remanescentes da formação do Sistema Solar. “Este cometa nunca entrou no Sistema Solar antes, então ele vai fornecer novas pistas sobre sua formação”, disse John Grunsfeld, astronauta da Nasa em Washington. O cometa foi descoberto em 3 de janeiro de 2013, no observatório australiano Siding Spring. Na época, ele estava mais longe do Sol do que Júpiter, por isso era difícil calcular sua trajetória.

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