Cientistas regeneram cartilagem com células-tronco
Pesquisadores espanhóis desenvolvem tratamento da artrite degenerativa, ou osteoartrite, a partir de células-tronco retiradas do joelho do paciente
Pesquisadores das universidades espanholas de Granada e Jaén demonstraram pela primeira vez que as células-tronco retiradas do joelho de pacientes com osteoartrite são capazes de regenerar a cartilagem danificada. A pesquisa foi publicada na edição online de novembro do periódico Osteoarthritis and Cartilage, e será publicada na versão impressa de janeiro.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Chondrocytes extract from patients with osteoarthritis induces chondrogenesis in infrapatellar fat pad-derived stem cells
Onde foi divulgada: periódico Osteoarthritis and Cartilage
Quem fez: E. López-Ruiz, M. Perán†, J. Cobo-Molinost, G. Jiménez, M. Picón, M. Bustamante, F. Arrebola, M.C. Hernández-Lamas, A.D. Delgado-Martínez, E. Montañez e J.A. Marchal
Instituição: Universidades de Granada e Jaén, na Espanha
Resultado: Os pesquisadores conseguiram regenerar o tecido cartilaginoso de pacientes com osteoartrite partir de células-tronco retiradas do joelho e amostras de cartilagem desses pacientes.
A osteoartrite – ou artrite degenerativa – é uma doença comum em pessoas de meia idade, que leva à perda da cartilagem que recobre as articulações e cuja função é proteger e amortecer o contato dos ossos.
Para conseguir promover a regeneração, os pesquisadores, em colaboração com o Hospital Clínico Universitário de Granada e o Banco Setorial de Tecidos de Málaga, ambos na Andaluzia, isolaram as células-tronco da gordura localizadas na articulação do joelho de pacientes submetidos à intervenção cirúrgica para a implantação de próteses de joelho. Uma amostra de cartilagem foi colhida do mesmo paciente, e isolaram-se os condrócitos (células de cartilagem).
Técnica – As células-tronco adultas têm a capacidade de se converter em células de cartilagem, osso e músculo e, com o uso desta capacidade, os pesquisadores conseguiram a conversão das células-tronco em condrócitos. A técnica usada consistiu na abertura de pequenos buracos nas células-tronco e sua exposição ao extrato celular feito com os condrócitos dos joelhos afetados.
Porém, apenas criar as células que compõem o tecido não é suficiente para regenerá-lo. Para que isso ocorra, as células não podem estar distribuídas em ordem aleatória, mas dispostas em uma determinada forma. Para tanto, os cientistas utilizaram uma espécie de suporte 3D, que garante a manutenção e a formação de tecido cartilaginoso. Esses suportes, feitos de material biodegradável, são utilizados como implantes em lesões na cartilagem e no joelho. O fato de estas células crescerem em tais suportes faz com que o processo de implantação delas seja facilitado, o que será primeiro testado com animais, para depois desenvolver o tratamento de pacientes .
(Com Agência EFE)