Cientistas recriam antiga técnica de mumificação egípcia em ex-taxista inglês
Resultado foi registrado em documentário que será transmitido na TV inglesa
Dois cientistas britânicos, em um experimento registrado por uma equipe de TV, colocaram em prática técnicas de mumificação que podem ter sido utilizadas pelos egípcios há 3.000 anos. O voluntário foi Alan Billis, um taxista da cidade de Torquay, Inglaterra. Ele doou seu corpo para o projeto depois de ter sido diagnosticado com um gravíssimo câncer de pulmão. Billis morreu em janeiro.
O químico Stephen Buckley, da Universidade de York, na Inglaterra, estuda a antiga prática de mumificação egípcia há 20 anos. Junto com a arqueóloga Jo Fletcher, ele analisou amostras de tecido de múmias com técnicas avançadas para identificar os materiais que possivelmente foram utilizados no processo. Dentre eles o sal, a cera de abelha, óleos e resinas.
Antes de mumificar o ex-taxista inglês, a dupla praticou em centenas de patas de porcos. Os animais possuem uma pele parecida com a dos seres humanos. Os cientistas aqueceram o ambiente e retiraram grande parte da umidade do ar para recriar o clima quente e seco do Egito.
Os egípcios não deixaram registrado o processo de mumificação. De acordo com a revista New Scientist, o historiador grego Heródoto descreveu o processo em 450 a.C. dizendo que o principal ingrediente era o natrão, um tipo de sal natural encontrado no Egito.
Pesquisadores supunham que o sal era usado para desidratar o cadáver, mas os cientistas da Universidade de York têm outra teoria: o corpo seria imerso em uma solução de natrão antes de ser desidratado.
Buckley e Fletcher testaram a ideia no ex-taxista inglês em um processo de mumificação que levou três meses. De acordo com a New Scientist, especialistas em decomposição humana ficaram impressionados com a preservação do corpo. O documentário de televisão vai ao ar no Reino Unido no dia 24 de outubro.