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Cientistas estudam salto alto para desenvolver próteses mais eficazes

Por David Livingsto
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h37 - Publicado em 8 Maio 2012, 19h48

Mulheres que usam salto alto e avestruzes têm contribuído, sem querer, com o avanço científico ao mostrar aos cientistas como desenhar uma perna protética mais adaptada ao caminhar, revela um estudo que será publicado nesta quarta-feira.

As melhores próteses para amputados acima dos joelhos e para robôs humanóides não funcionariam como uma perna humana, afirmam os cientistas, mas como um avestruz ou os membros sintéticos usados pelo velocista sul-africano Oscar Pistorius.

“Agora parece que fazer pés protéticos, pelo menos para caminhar, copiando demais os pés humanos pode ser um equívoco”, disse à AFP o autor do estudo, Jim Usherwood, da escola Real de Veterinária de Londres.

“Se você quer fazer um bom pé protético, mas não se importa com a aparência, deve colocar a estrutura motora, neste caso, o tornozelo, na parte mais superior da perna”, acrescentou.

Mais acima, o tornozelo “pode fornecer força sem fazer o pé ficar pesado e difícil de lançar para frente e para trás”, acrescentou.

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Usherwood e sua equipe descobriram que a forma humana de caminhar – pisando no calcanhar, ‘saltando’ para a perna estacionária e depois usando os dedos para empurrar, foi a mais econômica em vista da forma dos nossos pés – um desenho que, de alguma forma, não faz sentido.

Este método de caminhada é “muito incomum” fora da família dos hominídeos, formada por símios e humanos. Outros animais bípedes, como os avestruzes, não têm calcanhares que tocam o chão, mas tendões extensivos que atuam como molas.

O desenho do pé humano evoluiu para acomodar nossas necessidades remotas de sobrevivência, tanto para caminhar quanto para correr com rapidez, e permanece inalterado mesmo depois de termos perdido a necessidade de correr para caçar presas ou fugir de predadores, segundo o estudo que será publicado no periódico Royal Society Interface.

Os cientistas observaram que as mulheres que usam salto precisam balançar as nádegas para se manter no padrão “pisa, salta, empurra”.

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“O pé humano normal e a postura calcanhar-sola-dedos têm a vantagem de reduzir a carga sobre os músculos que dão impulso (panturrilha) e as estruturas que absorvem o impacto (tíbia)”, destacou em um comunicado.

“Este é um benefício, uma vez que os músculos usam energia em contraposição à força. Mas os músculos motores, não. Sendo assim, os protéticos e a robótica não devem copiar o pé humano”, acrescentou.

O estudo concluiu que “pés menos similares aos humanos permitiriam os benefícios de um caminhar humano mais natural, no qual os passos são dados com relativa rapidez, permitindo passos relativamente curtos em velocidades de caminhada altas”.

Apelidado de ‘Blade Runner’, Pistorius, amputado das duas pernas, tem sido o centro de uma polêmica, recebendo críticas segundo as quais suas pernas protéticas de fibra de carbono lhe dariam uma vantagem sobre atletas com membros inferiores em competições mistas.

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