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Cientistas descobrem porque esta ilha expele lama há 11 anos

Segundo uma pesquisa, a erupção de sedimentos Lusi, na Indonésia, está conectada a um sistema vulcânico e não tem previsão para cessar

Por Da redação
23 out 2017, 15h15

Pesquisadores finalmente desvendaram porque algumas partes da ilha de Java, na Indonésia, estão expelindo lama ininterruptamente há 11 anos: a erupção, conhecida como Lusi, está conectada a um extenso sistema vulcânico, tornando a região, oficialmente, o maior e mais violento vulcão de lama do mundo. Essa descoberta foi publicada na última semana no periódico Journal of Geophysical Research: Solid Earth. Segundo os pesquisadores, a quantidade de lama liberada na região atualmente é de 80.000 metros cúbicos por dia (o equivalente a 32 piscinas olímpicas), obrigando 60.000 indonésios a deixar suas casas.

Os cientistas usaram sismômetros, instrumentos normalmente utilizados para medir a magnitude de terremotos, para fazer um tipo de “radiografia” da terra e mapear a área abaixo de Lusi. As imagens revelaram que a fonte de sedimentos que abastece a erupção está conectada às câmaras de magma do complexo vulcânico Arjuno-Welirang por um sistema de falhas geológicas a seis quilômetros abaixo da superfície. Além disso, os gases expelidos por Lusi são frequentemente encontrados no magma. Segundo os autores da pesquisa, estudar a conexão desses dois sistemas poderia ajudar a entender melhor como os sistemas vulcânicos evoluem, sejam eles uma erupção de magma, lama ou de fluídos hidrotérmicos.

No pico da erupção Lusi, em setembro de 2006, a quantidade de lama fervente expelida era tão grande que poderia encher 72 piscinas olímpicas por dia, afirmam os cientistas. Os indonésios construíram barreiras para conter a lama e salvar os assentamentos e campos de arroz que estavam por perto. Porém, o mar de lama foi capaz de cobrir completamente algumas aldeias, deixando-as a 40 metros abaixo da superfície. Periodicamente, Lusi ainda jorra jatos de rochas e gás no ar como se fosse um gêiser – e, com a nova descoberta de que um sistema vulcânico está abastecendo a erupção, não há estimativa de quando ela deve cessar.

Os pesquisadores descobriram que o vulcão Arjuno-Welirang essencialmente estava “derretendo” os sedimentos ricos em orgânicos embaixo de Lusi. Este processo aumenta a pressão ao produzir gases que ficam presos abaixo da superfície. No caso de Lusi, a pressão foi crescendo até que um terremoto de magnitude 6.3 na escala Richter provocou uma abertura para a superfície e desencadeou uma erupção violenta.

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“Mostramos claramente evidências de que os dois sistemas estão conectados no subsolo”, disse o geocientista Adriano Mazzini, da Universidade de Oslo, na Noruega. “O que nosso novo estudo mostra é que todo esse sistema já existia ali – tudo estava carregado e pronto para desencadear [a erupção].”

Java faz parte de um arco de ilhas vulcânicas, formado quando uma placa tectônica se desloca para baixo de outra. Quando a ilha se elevou para cima do nível do mar, os vulcões se formaram ao longo da sua coluna vertebral, com bacias de águas rasas entre eles. A lama de Lusi vem dos sedimentos depositados nessas bacias, enquanto a ilha ainda estava parcialmente submersa debaixo d’água.

Confira um vídeo preparado pela União Geofísica Americana com imagens da erupção Lusi:

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