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Cientistas descobrem gene do fast food

Presente em 21% da população, forma de gene é a principal responsável pela preferência das pessoas por comidas gordurosas

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h47 - Publicado em 5 fev 2012, 16h38

Cientistas americanos identificaram a forma de expressão de um gene, presente em 21% da população, que está relacionado à preferência pessoal por comidas gordurosas e, consequentemente, com o risco de obesidade. Os resultados da pesquisa, publicada na última edição da revista Obesity, ajudam a explicar por que é tão difícil para algumas pessoas seguir uma dieta de baixas calorias.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Common Variants in the CD36 Gene Are Associated With Oral Fat Perception, Fat Preferences, and Obesity in African Americans

Onde foi divulgada: revista Obesity

Quem fez: Kathleen Keller, Lisa Liang, Johannah Sakimura, Daniel May, Christopher van Belle, Cameron Breen, Elissa Driggin, Beverly Tepper e Patricia Lanzano

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Instituições: Universidades de Columbia, Cornell, Rutgers e Penn State, nos EUA

Dados de amostragem: 317 homens e mulheres americanos negros

Resultado: Pessoas que possuem uma forma comum de variação do gene CD36 são mais propensas a gostarem de comidas gordurosas.

O gene em questão se chama CD36 e está presente em todo o mundo animal. Sua forma “AA”, que foi identificada como a responsável pela preferência por gordura, teve um papel importante na evolução dos seres humanos segundo o estudo. “Gorduras são essenciais em nossas dietas. Na nossa história evolutiva, pessoas que tinham mais facilidade em ingeri-la tinham também mais chance de sobrevivência”, explica Kathleen Keller, especialista em ciência nutricional e uma das autoras do estudo.

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Além de essencial para a dieta, a gordura é saborosa para os humanos em geral. “Agora demonstramos que pessoas com formas particulares do gene CD36 tendem a gostar mais de fast food e outras comidas gordurosas do que a média da população. O resultado é que essa porção da sociedade é um grupo de risco para a obesidade”, afirmou Keller.

Experiência – Para chegar aos resultados, os cientistas fizeram um experimento com voluntários negros, grupo étnico considerado especialmente vulnerável à obesidade. Os participantes preencheram questionários sobre suas preferências alimentícias, respondendo o quanto gostavam de comidas gordurosas como bacon, frango frito, cachorro quente, batata frita, bolos e biscoitos. Também foi oferecido a eles um prato de salada com quantidades variáveis de óleo de canola. Amostras de saliva dos voluntários foram coletadas para estudar que forma do gene CD36 possuíam.

Os resultados não deixaram dúvidas. Os participantes com a forma “AA” do gene gostaram da salada com maiores quantidades de óleo e mostraram maior taxa de preferência por alimentos gordurosos do que a média das respostas. “Os resultados mostram que essa parcela da população acha a gordura mais gostosa”, afirmou Keller. “Esperamos que esse estudo possa ajudar as pessoas a escolher dietas que sejam mais fáceis de seguir. E também achamos que o resultado pode ajudar pessoas que desenvolvem alimentos de baixas calorias a fazerem com que eles pareçam mais apetitosos”, completou a cientista.

O próximo passo na pesquisa, segundo a equipe que a coordenou, é investigar como o gene se expressa em crianças, já que, para elas, pode ser ainda mais difícil se adaptar a uma dieta pouco calórica. “Pretendemos escanear o cérebro de crianças enquanto elas comem alimentos e bebidas ricos em gordura para ver que partes reagem. Assim, poderemos desenvolver alimentos que possam ser percebidos como gordurosos e gostosos para o cérebro, mas que, na verdade, são saudáveis”, concluiu Keller.

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