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Cientistas decifram o genoma do peixe-zebra, que será utilizado para estudo de doenças genéticas

O animal apresenta 70% dos genes semelhantes aos dos seres humanos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h21 - Publicado em 18 abr 2013, 20h04

Cientistas conseguiram decifrar o genoma do peixe-zebra (Danio rerio, também conhecido como “Paulistinha”), comumente utilizado em estudos sobre doenças humanas, e descobriram que 70% dos genes deste pequeno peixe têm seu equivalente no ser humano.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The zebrafish reference genome sequence and its relationship to the human genome

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Anton Enright, Robert Geisler,

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Ronald H. A. Plasterk, Charles Lee, Monte Westerfield, Pieter J. de Jong, Leonard I. Zon, John H. Postlethwait, Christiane Nüsslein-Volhard, Tim J. P. Hubbard, Hugues Roest Crollius, Jane Rogers e Derek L. Stemple

Instituição: Wellcome Trust Sanger Institute de Cambridge, na Grã-Bretanha

Resultado: Os pesquisadores decifraram o genoma completo do peixe-zebra (Danio rerio) e descobriram que 70% de seus genes têm um equivalente nos seres humanos.

Este é o maior genoma decifrado até agora (26.000 genes codificados) e foi sequenciado com tanta precisão “que realmente podemos fazer comparações diretas entre os seres humanos e os genes do peixe-zebra”, explicou Derek Stemple, geneticista do Wellcome Trust Sanger Institute de Cambridge, no Reino Unido.

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De acordo com o cientista, que chefiou dois estudos publicados esta quarta-feira na revista britânica Nature, 70% dos genes humanos têm um homólogo no peixe-zebra e, levando em consideração apenas os genes associados às doenças humanas, a proporção chega a 84%.

“Por exemplo, a principal causa da distrofia muscular no ser humano reside nas mutações de um gene chamado distrofina, e os peixes-zebra têm um gene distrofina. É muito similar. E as mutações do gene distrofina nos peixes-zebra também provocam neles a distrofia muscular”, destacou Derek Stemple em vídeo exibido na Nature para acompanhar estes estudos.

“A ideia é usar um organismo modelo como o peixe-zebra para tentar ver exatamente o que estes genes fazem, revisar cada gene do genoma e ver o que provoca no peixe uma perda de função”, disse Ross Kettleborough, que trabalhou na decodificação.

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Banco de dados – Segundo os cientistas, como os genes do peixe-zebra são muito semelhantes aos nossos, isso melhoraria consideravelmente nosso conhecimento sobre biologia humana. “Até o momento, identificamos as variações (mutações) de cerca de 40% dos genes do peixe-zebra e descrevemos os efeitos dessas variações em 1.200 genes”, informou Elisabeth Busch-Nentwich, co-autora do estudo.

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“Uma vez identificadas essas variações, estudamos as mudanças que provocam, descrevemos essas mudanças e as introduzimos na base de dados à qual cientistas de todo o mundo têm acesso livre”, explicou.

Saiba mais

POR QUE O PEIXE-ZEBRA É UTILIZADO EM PESQUISAS CIENTÍFICAS

Mesmo antes do sequenciamento de seu genoma, já se sabia que o peixe-zebra era um bom modelo para estudos, por apresentar diversas doenças semelhantes às dos seres humanos. Além disso, eles são fáceis de criar em grande número em laboratório: ocupam pouco espaço e se reproduzem rapidamente. Os embriões do peixe-zebra são transparentes, o que facilita a observação do desenvolvimento dos fetos.

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DISTROFIA MUSCULAR

A distrofia muscular é uma doença de origem genética, causada por mutações no gene que produz uma proteína chamada distrofina, que recobre a membrana das células musculares. A ausência total dessa proteína causa da Distrofia Muscular de Duchenne, variação mais grave, que pode levar à perda da movimentação nas pernas em alguns anos. Quando a proteína é produzida em quantidade reduzida, ocorre a Distrofia Muscular de Becker, mais branda, cujos pacientes conseguem, por exemplo, andar até por volta dos 60 anos. A doença afeta cerca de uma em 30.000 pessoas e se manifesta apenas em homens – as mulheres são portadoras assintomáticas do gene causador.

(Com Agência France-Presse)

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