Calor e falta de umidade se mantêm até a próxima semana, dizem especialistas
Massa de ar seco sobre os Estados do Sudeste e Centro-Oeste impede a chegada de frentes frias e provoca primavera quente
Quatro capitais brasileiras bateram recorde de calor do ano nesta terça-feira, de acordo com a Climatempo: Campo Grande, com 40 ºC, Goiânia, com 38,1 ºC, Brasília com 33,1 ºC e Belo Horizonte, com 35,8 ºC.
O Rio de Janeiro registrou o dia mais quente do ano na segunda-feira, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A temperatura chegou aos 41,6 ºC. São Paulo registrou também na segunda-feira a maior temperatura média do ano, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo: 36,1 ºC.
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Essa elevação de temperaturas é provocada pela presença de um bloqueio atmosférico, uma massa de ar seco que se estabelece na região e interfere na formação de nuvens e na chegada das frentes frias. Ela se concentra principalmente entre o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil, região mais afetada pelo aumento da temperatura. “As frentes frias vêm do Sul do país, mas são desviadas para o oceano ao encontrar o bloqueio. Com o tempo seco, sem chuvas e sem nuvens, a incidência de raios solares é maior sobre a superfície, então a temperatura sobe muito”, explica Adilson Nazário, técnico em meteorologia do CGE.
Seca – A média histórica de precipitação na cidade de São Paulo para o mês de outubro é de 116,4 milímetros, mas até agora só choveu 2,5 milímetros. De acordo com Nazário, as chances de essa média ser atingidas são pequenas porque a previsão é de começar a chover depois do dia 20. A partir desta data, o bloqueio atmosférico deve perder força e começar a ser rompido pelas frentes frias, que trarão chuvas para a região. “Até lá podemos ter chuvas isoladas”, afirma.
Nazário explica que não é incomum que as temperaturas mais altas ocorram na primavera, e não no verão. Isso acontece devido à baixa umidade do ar: “com o tempo seco, o termômetro costuma atingir valores mais altos. No verão, quando está esquentando muito, chove. Não dá tempo de ter temperaturas muito mais altas”.
Mundo – A Nasa e a Agência Meteorológica Japonesa divulgaram nesta terça-feira que o mês passado foi o setembro mais quente da história, desde que começaram os registros de temperatura, em 1880. Neste ano, os meses de maio, junho e agosto também quebraram os recordes para os respectivos períodos.