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Brasileiros conseguem gerar eletricidade a partir do ar

Pesquisadores da Unicamp desenvolveram um dispositivo que consegue gerar eletricidade a partir da umidade presente na atmosfera

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h15 - Publicado em 25 ago 2010, 10h58

“Acreditamos que será possível levar essa tecnologia para a casa das pessoas dentro de dez anos”

Fernando Galembeck, químico

Em um futuro não muito distante, será possível gerar eletricidade a partir do ar, iluminando casas ou recarregando carros elétricos, assim como células solares geram energia a partir da luz do sol. Será possível também impedir a formação de raios utilizando placas no topo dos prédios. E a pesquisa que leva a todas essas perspectivas é brasileira, realizada na Unicamp e conduzida pelo químico Fernando Galembeck. O trabalho está sendo apresentado nesta quarta no 240º encontro da Sociedade Americana de Química, em Boston. Galembeck e sua equipe buscam há 12 anos uma forma de explicar uma das maiores charadas científicas – como a eletricidade é formada e descarregada na atmosfera. “Nossa pesquisa pode abrir caminho para transformar a eletricidade da atmosfera em uma fonte de energia alternativa no futuro”, disse Galembeck. O químico acredita que “assim como a energia solar pode fazer com que pessoas não precisem mais pagar pela energia que consomem, essa nova fonte de energia poderá ter um efeito semelhante”. A equipe brasileira descobriu que as gotículas de água na atmosfera possuem carga elétrica, ao contrário do que se acreditava. Galembeck usou pequenas partículas de sílica e fosfato de alumínio – ambas substâncias comuns no ar – mostrando que a sílica assumia carga negativa na presença de alta umidade e o fosfato de alumínio se tornava mais positivo. “Isso mostrou que a água na atmosfera pode acumular cargas elétricas e transferi-las para outros materiais que estiver em contato”, explicou Galembeck. “O nome que demos ao novo método é ‘higroeletricidade’, o que significa eletricidade a partir da umidade”. O pesquisador brasileiro disse que o método também pode ser utilizado para impedir a formação de raios. Ele explicou que painéis “higroelétricos” poderiam ser colocados no topo de prédios em regiões muito úmidas, onde tempestades são comuns. Esses painéis poderiam drenar a eletricidade do ar e impedir a formação da carga elétrica que é descarregada com os raios. Os pesquisadores da Unicamp já estão testando quais são os melhores metais para ajudar na captura da eletricidade atmosférica. O equipamento criado no laboratório brasileiro ainda não é capaz de produzir eletricidade em larga escala. “Acreditamos que em dez anos será possível levar essa tecnologia para a casa das pessoas”, disse Galembeck, momentos antes de realizar sua apresentação em Boston. “Com certeza o caminho é longo, mas os benefícios futuros de aproveitar a eletricidade a partir do ar valem a pena”, concluiu.

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