Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Estudo: aquecimento global coloca um terço das placas de gelo em risco

Pesquisa da Universidade de Reading, na Inglaterra, aponta os perigos caso o planeta atinja 4ºC acima da era pré-industrial

Por Da Redação Atualizado em 8 abr 2021, 15h56 - Publicado em 8 abr 2021, 15h43

Um estudo da Universidade de Reading, no Reino Unido, apontou que mais de um terço das placas de gelo antárticas correm risco de colapsar no oceano caso a temperatura global chegue a 4º Celsius acima do que era na época pré-industrial. As novas previsões sobre os efeitos do aquecimento global foram publicadas nesta quinta-feira, 8, na revista científica Geophysical Research Letters.

Os pesquisadores apontaram que 34% da área de todas as placas de gelo da Antártica podem ser desestabilizadas caso a temperatura do globo aumente em 4ºC.  Neste cenário, cerca de 67% do território da Península Antártica estaria em risco de colapso, o que traria graves consequências não só para o meio ambiente, mas para a agricultura e a saúde humana.

“Placas de gelo são amortecedores importantes para prevenir que as geleiras no continente flutuem livremente para o oceano e contribuam para o aumento do nível da água. Quando elas colapsam, é como uma rolha gigante sendo retirada de uma garrafa, permitindo que quantidades inimagináveis de água vindas das geleiras sejam derramadas no mar”, explicou Ella Gilbert, principal autora do estudo e cientista do clima no departamento de Meteorologia da Universidade de Reading.

A pesquisa trouxe, portanto, novas evidências sobre os riscos causados pelo aquecimento global. As placas de gelo agem como uma espécie de barragem, diminuindo o ritmo do derretimento do gelo, e portanto do aumento das águas nos oceanos. A cada verão, o gelo da superfície das placas derrete e é derramado em pequenas fendas na neve, onde congela-se novamente. No entanto, quando há muito derretimento, essa água forma piscinas na superfície do gelo ou escorre pelas fissuras, em um processo pode tornar as rachaduras maiores e mais profundas, causando o rompimento total da placa.

O novo estudo usou modelos de alta-resolução para prever os impactos do aumento do derretimento das geleiras e afirmou que limitar a temperatura a mais 2°C ao invés de 4°C diminuiria pela metade a área em risco e potencialmente evitaria um aumento significativo dos mares.

O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado em fevereiro, concluiu que até 2030 os países precisam reduzir drasticamente a sua dependência em combustíveis fósseis e proteger o planeta de alcançar o limite de aumento de 1,5°C em relação à temperatura global pré-industrial.

Continua após a publicidade

Para isso, a rede global de emissões de dióxido de carbono precisaria cair em 45% em relação aos níveis registrados em 2010 até 2030 e chegar ao “patamar 0” para manter o aquecimento em cerca de 1,5°C. Já no Acordo de Paris, aprovado em dezembro de 2015, 197 países concordaram com a meta de manter as temperaturas globais bem abaixo dos 2°C.

Há previsões, no entanto, que apontam o risco de o planeta estar 3,2ºC mais quente até 2100, o que poderia levar o planeta a ter mais de seis meses de verão. Com isso, uma série de plantas e animais não sobreviveriam ao novo clima, prejudicando a agricultura e a preservação de ecossistemas.

“As descobertas destacam a importância de limitar o aumento da temperatura global como previsto no Acordo de Paris se quisermos evitar as piores consequências das mudanças climáticas, incluindo o aumento dos níveis dos oceanos”, afirmou Ella Gilbert, líder do último estudo, à rede americana CNN.

Continua após a publicidade

Os pesquisadores identificaram quatro placas de gelo que estariam ameaçadas por um clima mais quente: Larsen C, Shackleton, Pine Island e Wilinks, que são mais vulneráveis devido a sua geografia, e ao derramamento previsto para essas áreas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.