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Antonio Ricardo Droher Rodrigues: Um gênio da ciência brasileira

O engenheiro e físico tinha 68 anos e lutava contra um câncer no pulmão

Por Da Redação Atualizado em 10 jan 2020, 09h59 - Publicado em 10 jan 2020, 06h00

O acelerador de partículas Sirius, instalado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais de Campinas (SP), foi uma das obsessões do engenheiro e físico Antonio Ricardo Droher Rodrigues, conhecido apenas como Ricardo. Com investimentos de 1,8 bilhão de reais e inauguração prevista ainda para este ano, o anel de 518 metros de circunferência produzirá uma radiação chamada de luz síncrotron a partir da aceleração de elétrons numa velocidade praticamente igual à da luz, da ordem de 300 000 quilômetros por segundo. A máquina funcionará como um poderoso microscópio, capaz de medir, muito rapidamente, a estrutura de materiais na escala dos átomos e moléculas. Atrelada ao projeto Brazilian Biodiversity Molecular Power House (MPH), a instalação gigante no interior de São Paulo se dedicará a desvendar a composição de plantas e ervas destinadas à fabricação de medicamentos. O laboratório farmacêutico Aché foi o primeiro a apostar nos resultados do projeto iluminado pelo Sirius — em 2017, ele firmou um contrato para o desenvolvimento de dois remédios contra doenças degenerativas.

De extraordinária capacidade intelectual, generoso, um “gênio”, na definição de muitos de seus colegas, Ricardo já fizera história na ciência brasileira em 1997, ao inaugurar o primeiro acelerador do país, o UVX, pioneiro no Hemisfério Sul. Em entrevista recente, ele resumiu as ambições de sua atividade: “Quero melhores baterias, os carros elétricos do futuro, os materiais leves e resistentes dos próximos aviões e carros, mas quero também entender a recuperação do solo, os problemas do meio ambiente e poluição, a dessalinização da água”, enumerou Ricardo. “São perguntas como essas que esse tipo de acelerador tem ajudado a responder, e é isso que o Sirius vai permitir fazer.” Ricardo tinha 68 anos. Lutava contra um câncer no pulmão. Morreu na sexta-­feira 3, em Campinas.

Publicado em VEJA de 15 de janeiro de 2020, edição nº 2669


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