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Abelhas são capazes de manipular ideias abstratas, como os mamíferos

Por Julian Stratenschulte
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h39 - Publicado em 21 abr 2012, 16h01

As abelhas são capazes de levar em consideração as relações entre objetos, assim como conceitos abstratos – um privilégio que se acreditava reservado a cérebros como o dos mamíferos -, revela um estudo do Centro Nacional de Pesquisa Científica francês (CNRS).

O fato de as abelhas poderem utilizar simultaneamente duas ideias abstratas é um resultado “completamente inesperado” que põe abaixo o pressuposto de que “a elaboração de um saber conceitual” necessita de um cérebro do tamanho do dos mamíferos, como o ser humano, destacam os cientistas neste estudo, publicado pela revista americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences).

Em sua vida cotidiana, o ser humano utiliza os conceitos que relacionam objetos diferentes através de sistemas do tipo: “igual”, “diferente”, “maior”, “acima de”.

A equipe do professor Martin Giurfa (CNRS), da uUiversidade Toulouse III Paul Sabatier, demonstrou que as abelhas também eram “capazes de gerar e depois manipular conceitos para ter acesso a uma fonte de alimento”.

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“O notório”, disse o professor, ouvido por telefone, “é que podem, inclusive, utilizar dois conceitos diferentes para tomar uma decisão, ante a uma situação nova”.

As abelhas demonstraram que podem conseguir água com açúcar (a sua recompensa) ou a um líquido azedo (castigo) mediante dois orifícios colocados entre imagens que variavam de posição. Se serviam para isso das noções “acima de” ou “ao lado de”, que associavam com o prêmio ou a punição.

“Ao final de 30 tentativas, as abelhas passavam a reconhecer, sem equívocos, a relação que as guiaria para a água açucarada”, mesmo “quando eram utilizadas imagens que não viram nunca”, explicou o professor Giurfa.

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Segundo os cientistas, a experiência pôs em destaque que as abelhas ignoravam os estímulos realizados com imagens idênticas, “demonstrando que, além dos conceitos ‘acima, abaixo e ao lado’ manipulavam simultaneamente o de ‘diferença’ para tomar sua decisão”.

“Esta capacidade, que se acreditava própria dos seres humanos e de alguns primatas, demonstra que as análises cognitivas sofisticadas são possíveis, na ausência de linguagem, apesar de uma arquitetura neural em miniatura”, concluíram.

Essa investigação, assegura o CNRS em comunicado, “questiona muitas teorias em âmbitos como a cognição animal, a psicologia humana, as neurociências e a inteligência artificial”.

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