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A origem da paciência

O ser humano não é o único animal dotado de paciência. Em um estudo, chimpanzés se mostraram mais resistentes à gratificação imediata do que os homens

Por Marcella Centofanti e Daniel Jelin
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h05 - Publicado em 5 abr 2015, 20h13

A capacidade de resistir à tentação da recompensa imediata não é exclusividade humana. Em um estudo, Alexandra Rosati, do Departamento de Biologia Evolutiva Humana da Universidade Harvard, descobriu que chimpanzés e bonobos também têm a habilidade da paciência. Mais do que isso: em testes de gratificação por comida, os chimpanzés se mostraram mais resistentes do que humanos. Por fim, a pesquisa revelou que o homem é mais paciente quando a promessa de gratificação é por dinheiro. Na entrevista a seguir, Alexandra explica essas conclusões surpreendentes.

Por que os humanos desenvolveram a paciência?​ Décadas de pesquisa em economia e psicologia revelaram que as pessoas preferem as recompensas que podem ter agora, comparada àquelas que devem esperar para obter. Mas, apesar da nossa inclinação para a gratificação imediata em muitas situações, os humanos são bastante habilidosos na capacidade de resistir, e podem esperar por semanas ou meses por maiores recompensas em outras situações. Em contraste, muitos primatas, mamíferos e aves parecem desvalorizar o futuro muito mais do que os humanos. Entretanto, algumas espécies, como grandes macacos, também são bastante habilidosos em esperar por maiores gratificações. A paciência parece ser uma habilidade talhada ao ambiente de certas espécies.

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O que explica o homem ser mais paciente na espera por dinheiro do que por comida?​ Os humanos mostram diferentes capacidades de espera dependendo do tipo de gratificação oferecida. Quando as pessoas aguardam recompensas abstratas como dinheiro, são mais predispostas a pagar o custo temporal do que quando esperam gratificações consumíveis, como comida. Isso parece relacionado às estratégias que permitem aos indivíduos maximizar os diferentes tipos de estratégia no dia a dia. Particularmente, na busca por alimentos, humanos e animais podem precisar maximizar sua taxa de retorno de alimentos, não apenas a quantidade total de comida obtida.

Por que chimpanzés podem ser mais pacientes do que homens na espera pela comida?​ A tomada de decisões humanas depende do contexto: quando as pessoas são colocadas em situações em que encontram problemas como o que nós testamos com os animais [a oferta por comida], eles tendem a mostrar um comportamento mais parecido com o observado em outros primatas.

Se a espera por gratificação é um traço de evolução, isso significa que sociedades orientadas no futuro são mais evoluídas do que aquelas orientadas no presente?​ A evolução é mais como uma árvore ramificada do que uma escada com diferentes degraus acima e abaixo. Então, não podemos dizer que alguns traços são mais evoluídos do que outros.

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