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A Groenlândia está, literalmente, pegando fogo

O número de incêndios na região em 2017 foi maior do que em qualquer outro ano desde que começaram as observações

Por Da redação
Atualizado em 10 ago 2017, 14h47 - Publicado em 10 ago 2017, 11h54

Incêndios provocados por causas naturais são frequentes em algumas partes do mundo, especialmente em regiões secas e quentes. Porém, satélites da Nasa registraram fogo se alastrando pela superfície da Groenlândia, um dos países mais ao norte (e frios) do globo. Pesquisadores que monitoram a região ainda não sabem ao certo o que começou o incêndio. Pouco antes do fogo, que teve início em 31 de agosto, temperaturas de 12 graus Celsius (consideradas altas para a região) foram registradas. Três dias depois, quando a agência espacial americana divulgou as imagens, o incêndio ainda persistia.

Episódios envolvendo incêndios naturais na Groenlândia já foram observados antes, segundo a Nasa, embora não sejam comuns. O que preocupa os cientistas é que, de acordo com uma análise preliminar realizada pela Universidade Delft de Tecnologia, nos Países Baixos, os satélites vêm detectando muito mais incêndios no local em 2017 do que durante qualquer outro ano desde que sensor começou a coletar dados, em 2000. A culpa, segundo pesquisadores, pode ter relação com o aquecimento global.

Jessica McCarty, cientista da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, disse em entrevista ao Wildfire Today que o fogo parece estar se alastrando por “áreas de permafrost degradadas”. Como o nome sugere, permafrost são partes do território que ficam permanentemente congeladas. Ainda assim, elas acumulam grande quantidade de plantas mortas e podem se tornar inflamáveis caso a camada de gelo que cobre a vegetação derreta e seque. Nos últimos anos, ecologistas também têm observado aumento nos incêndios em outras áreas de permafrost ao norte do globo, como no Alasca, no Canadá e na Sibéria. A explicação mais provável é que essas regiões estejam se degradando por causa do aumento das temperaturas provocado pelo aquecimento global, o uso da terra e pessoas que ateiam fogo propositalmente nesses locais.

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Incêndio na Groênlandia
O incêndio pode ser observado mesmo a uma escala de 10 quilômetros (Satélite/Nasa/Divulgação)

“Este incêndio na Groenlândia é parte de uma crescente conscientização sobre o quão importante o fogo será na formação dos ecossistemas do norte sob um clima de aquecimento”, disse a ecologista Merritt Turetsky, da Universidade de Guelph, no Canadá, em entrevista ao Gizmodo. “Os incêndios florestais boreais estão aumentando, enviando carvão e carbono preto ao ártico, o que acaba derretendo a neve e o gelo. E os próprios sistemas árticos estão queimando, aparentemente com mais frequência do que no passado.”

Quanto ao que acontecerá em um futuro mais próximo, Turetsky observou que a queima de vegetação e turfa no oeste da Groenlândia fará com que o solo continue a descongelar. “Por outro lado, sabemos que a vegetação ártica é muito resistente a perturbações como fogo. Portanto, é provável que a área que está sendo queimada agora se torne bastante verde e produtiva novamente assim que chegar o próximo verão.”

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