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Wassef vira réu em processo da Lava Jato por peculato

Advogado que já defendeu Flávio Bolsonaro está na mira de investigações sobre supostos desvios ocorridos na Fecomercio-RJ

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 set 2020, 20h01 - Publicado em 30 set 2020, 16h30

O advogado Frederick Wassef, ex-defensor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), virou réu em um processo que o investiga pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato (desvio de verbas públicas). Em denúncia feita pela equipe da Lava Jato do Rio – agora aceita pela Justiça -, ele é suspeito de ter recebido 2,685 milhões de reais do orçamento da Fecomércio-RJ.

No início de setembro, Wassef havia sido alvo de uma ordem de busca e apreensão como parte da Operação Esquema S, que apura pagamentos milionários feitos pela Fecomércio-RJ durante a gestão de seu ex-presidente Orlando Diniz, que fez acordo de delação premiada.

Na denúncia, os procuradores escreveram que os pagamentos a Wassef foram disfarçados na forma de honorários advocatícios, mas nenhum serviço teria sido efetivamente prestado. Em colaboração premiada, Diniz afirmou que Wassef, na verdade, foi subcontratado pela advogada e ex-procuradora Luiza Nagib Eluf com a missão de cuidar de “inquéritos policiais” que jamais existiram. O dinheiro teria vindo do caixa da entidade do Sistema S.

Em entrevista a VEJA concedida no último dia 17, Wassef se declarou inocente e se defendeu das acusações, afirmando ser vítima de um complô. Depois da abertura de uma ação penal contra ele, Wassef divulgou nota em que diz que prestou serviços e que “o regular exercício da advocacia não é crime”.

“Fui contratado por um renomado escritório de advocacia criminal de São Paulo e prestei os serviços. Declarei os honorários à Receita Federal e paguei todos os impostos . Não recebi recursos da Fecomércio. O regular exercício da advocacia não é crime . Estão criminalizando a advocacia no Brasil . Após dois anos da referida investigação, nunca fui intimado ou convocado pelas autoridades do Rio de Janeiro a prestar esclarecimentos. A denúncia apenas narra recebimentos de honorários por serviços devidamente prestados sem demonstrar qualquer crime. Basta ler os autos para ver que as autoridades e o próprio delator afirmam que eu trabalhei. O recebimento da denúncia é a praxe normal no Judiciário”, diz Wassef.

Além do advogado amigo da família presidencial, também viraram réus no processo da Lava Jato o delator e ex-presidente da Fecomércio Orlando Diniz, as advogadas Luiza Nagib Eluf e Marcia Zampiron e o empresário Marcelo Cazzo.

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A denúncia foi acolhida pela juíza federal substituta da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro Caroline Vieira Figueiredo. O juiz Marcelo Bretas, o titular da seção, está de férias.  Na mesma Vara e também conduzida pela força-tarefa da Lava Jato, tramita uma ação penal paralela que investiga desvios milionários da Fecomercio, Sesc e Senac Rio de Janeiro. Neste caso, entre os réus estão o advogado Cristiano Zanin, defensor do ex-presidente Lula; e o advogado Eduardo Martins, filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins.

 

 

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