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Vizinhos acusam família de manter filho encarcerado por 20 anos

Polícia descobriu por acaso o local onde homem de 36 anos era mantido refém. Investigadores apuram agora há quanto tempo ele estava lá

Por Da redação
Atualizado em 24 out 2016, 17h00 - Publicado em 24 out 2016, 16h37

Um homem que era mantido em cárcere privado foi resgatado pela Polícia Civil na última quinta-feira, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Armando Bezerra de Andrade, de 36 anos, foi encontrado em um cômodo, trancado a chave por fora, nos fundos de uma casa no bairro dos Pimentas, na periferia da cidade.

Segundo investigadores, Andrade estava desnutrido e desidratado. A polícia, no entanto, ainda investiga por quanto tempo ele ficou preso no quarto úmido, de cerca de 16 metros quadrados, equipado apenas com uma cama e um balde. Também havia um banheiro, com pia, chuveiro e vaso sanitário – todos em péssimo estado de conservação.Vizinhos acreditam que Andrade era mantido em cativeiro desde que deixou de ser visto na região, há cerca de 18 anos. Já a Polícia aguarda laudos do Instituto Médico Legal (IML) para determinar o período do cativeiro, mas suspeita que a vítima estivesse presa há menos tempo.

“Nas condições em que foi encontrado, ele estaria morto em um mês”, diz o delegado Celso Marchiori, titular do 8° Distrito Policial de Guarulhos (Vila Nova Cumbica), responsável pelas investigações. Ao ser resgatado, Andrade apresentava transtornos mentais e não conseguia falar, diz a polícia. Ele foi levado ao Hospital dos Pimentas, na mesma região, onde segue em proteção judicial.

Na quinta, o pai da vítima, o porteiro Amâncio Bezerra de Andrade, de 67 anos, apresentou-se espontaneamente na delegacia. Aos policiais, ele afirmou que o filho havia saído de casa no fim da adolescência, retornado na última segunda-feira e pedido para ficar preso, uma vez que era usuário de drogas. Ele também teria pedido comida ao pai.

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Segundo Marchiori, o pai não foi preso em flagrante porque fez apresentação espontânea. O delegado também diz que, no dia, não havia motivos legais para solicitar prisão preventiva – como risco de fuga ou de atrapalhar as investigações.

Os policiais descobriram o cativeiro por acaso. Eles foram cumprir um mandado de busca e apreensão, para uma investigação envolvendo roubo, mas erraram o número e acabaram entrando na casa de Andrade. O pai da vítima foi indiciado por cárcere privado e maus-tratos. Por enquanto, a madrasta e um irmão, que também moravam na casa, não foram incluídos no inquérito. De acordo com o delegado, Andrade não estava acorrentado nem apresentava sinais de lesão no momento em que foi resgatado. Na parede do cativeiro, porém, há uma argola presa ao lado da cama, que poderia ser usada para amarrar a vítima.

(Com Estadão Conteúdo)

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