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Viúva de ex-diretor da Caixa pede 40 milhões de indenização ao banco

Sérgio Batista, que investigava denúncias de assédio moral e sexual, morreu após saltar do sétimo andar do prédio da instituição

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 12h50 - Publicado em 28 abr 2024, 17h52
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  • A bancária  Edneide de Nazaré Lisboa entrou com ação na Justiça do Trabalho em Brasília pedindo indenização de 40 milhões de reais à Caixa Econômica. Ela era esposa do diretor de Controles Internos e Integridade do banco, Sérgio Ricardo Faustino Batista, que morreu em 2022, depois de saltar do sétimo andar do edifício-sede da instituição, em Brasília.

    O setor comandado por Sérgio era responsável por investigar uma série de denúncias de mulheres vítimas de assédio moral e sexual que foram feitas contra o então presidente da Caixa, Pedro Guimarães. VEJA teve acesso ao processo que tramita na justiça trabalhista.

    Procurado, o advogado Roberto Caldas, que defende a viúva, disse que o suicídio de Sérgio foi um acidente de trabalho e que a responsabilidade é do banco. “É um debate contemporâneo de respeito a direitos humanos no sistema financeiro, de saúde mental no trabalho”, ressaltou.

    Para o advogado, a responsabilidade da Caixa se dá em razão do ambiente de assédio moral organizacional, a falta de estrutura de acolhimento e a ausência de ações para se preservar a saúde mental e a segurança psíquica dos funcionários. Caldas argumenta ainda que não foi cumprida uma norma que determinava a colocação de travas  nas janelas como prevenção de acidentes e riscos de queda.

    Centro de treinamento para coibir assédio

    Além da indenização de 40 milhões de reais a título de danos morais, a família pede que a Justiça do Trabalho obrigue  a Caixa a criar um centro de treinamento voltado para coibir práticas de assédio moral e sexual.

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    Após o episódio envolvendo o presidente do banco, Sérgio relatou que estava sob forte estresse emocional. A ação relata que o ex-diretor teve uma “decepção profunda” ao ver colegas e amigas como vítimas de um sistema que ele não conseguiu conter em sua missão institucional.

    Em mensagem trocada com uma colega antes da tragédia, ele escreveu: “Tenho tido pensamentos ruins, tristes, negativos, e não quero compartilhar isso com ninguém”. A viúva diz que a ação judicial contra o banco, além do pedido de indenização, tem a função de contribuir para uma mudança cultural no ambiente de trabalho e evitar que outras tragédias aconteçam.

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